Protesto transforma cavaletes em arte

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Leandro Nogueira
leandro.nogueira@jcruzeiro.com.br

 

"Um povo consciente é o pior inimigo de um governo mal intencionado", era a mensagem em um dos mais de 80 cavaletes de candidatos que foram transformados em arte e estão em exposição neste final de semana em Sorocaba. Alguns com mensagens e reflexões, com grafites ou outros estilos de pinturas feitas por manifestantes que protestam contra o abuso na distribuição no material de propaganda política.

O protesto de nome Cavalete Parade começou na cidade de São Paulo e foi disseminado por outros 25 municípios brasileiros por meio por comunidades de redes sociais na internet.

Em Sorocaba a exposição desses cavaletes foi feita neste sábado (29) no canteiro central da avenida Afonso Vergueiro, em frente à Praça da Bandeira e a intenção é mais uma vez expô-los hoje na área de lazer do bairro Brigadeiro Tobias, onde haverá um evento de skate, a partir das 10 horas.


Muitos motoristas que passavam neste sábado pela avenida Afonso Vergueiro faziam sinal de joia, aplaudiam ou apenas apontavam para as obras. A carreata com cerca de meia dúzia de veículos de um candidato que passou pelo local apenas olhou sem esboçar alguma opinião. Outros que passavam a pé iam até o canteiro central para fazer fotos ou observar melhor.

"Estávamos com medo da reação da polícia, mas algumas viaturas já passaram e não reclamaram", disse às 15h30 deste sábado, um dos organizadores do Cavalete Parade em Sorocaba, o artista plástico Diogo Cristo "Coró", 23 anos. Entre o material de divulgação, chamava bastante a atenção o formato de uma pessoa com a imagem de um atual vereador, que nas mãos dos manifestantes transformou-se em homem bomba.


Diogo Cristo, o estudante de design, Pedro Coboatan, 21 anos e o agente cultural e estudante de publicidade e marketing, Célio Issao, 25 anos, disseram que iniciaram a organização da manifestação em Sorocaba. Segundo eles foram recolhidos os cavaletes de candidatos que estavam em cima da grama, no meio da passagem de pedestres ou expostos após às 22 horas, ou seja, aqueles que desrespeitavam a legislação eleitoral.

Disseram que os cavaletes começaram a ser recolhidos há menos de duas semanas e 90% do que estava exposto havia sido pintado antes de ser levado para lá. A pintura do restante era feita em público. Os organizadores afirmavam que cerca de 120 manifestantes participavam do evento, já que alguns apenas deixaram o cavalete no local e foram embora.


Para Diogo Cristo, a exposição das pinturas é de melhor proveito do que as publicidades políticas. "Encontramos o de um candidato que parecia bêbado na foto, pois fazia sinal de joia para o lado ao invés da câmara que o fotografou, estava todo torto", citou o manifestante. Os organizadores disseram acreditar que como recolheram os cavaletes distribuídos irregularmente pelos candidatos, nada faziam de errado, pois ao expô-los em local público estavam usando do direito de manifestarem-se. Um deles apontou a carreata que passou buzinando e fez a comparação que, usar a buzina sem motivo é uma infração ao código de trânsito e se isso estava sendo feito livremente, não via sentido que alguém os reprimissem.

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