HÁ UM ACUMULO DE CHUVAS NA ALMA

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-como pode?
-pode simplesmente
-transpassa-me cada gota
-como pode?
-pode simplesmente
-temporalidade
-núcleo indefeso como um recém nascido pássaro
-como pode?
-pode simplesmente.
-Corredor de arvores que gemem primeiro nos pulmões dos ventos.
-até onde?
-até os indesejáveis corrimões da morte
-até onde?
-varando o descampado das nuvens-deusas em metamorfoses soberanas
-até onde?
-atravessando as costas de aço do destino
e perfurando o coração desesperanço rumo ao atemporalmente possível...
-com asas?
-com asas...
-como pode?
-pode simplesmente...
-não sinto
-não sentes?
-não, não sinto.
-a alma?
-como?
-não sentes a alma?
-não...
-como podes?
-pode simplesmente
-dói o abismo?
-crateras me esperam com arco-íris em volta
-na queda?
-não há queda, flutuo num limbo cavernoso
onde minha meteria é levada pelas fortes correntezas da morte...
-como pode?
-pode simplesmente...
-atormenta-te
-sim, como os punhos do boxeador colidindo com o rosto do destino.
-até onde?
-rumando nas tempestuosas reuniões cerimoniais
dos gritos reprimidos mil vezes
-ate onde?
-embarcando em submarinamente nas águas salgadas das lágrimas
da criança indefesa do tempo -até onde?
-tremendo de frio nas calçadas invisíveis do tempo-espaço físico
-até onde?
-definhando estendendo a mão...
-para quem?
-para os cometas...
-como pode?
-pode simplesmente
-o que faremos?
-o de sempre
-sentiremos?
-sim
-a alma
-não sentes?
-agora sinto
-a alma?
-a mim...
-como pode?
-como podes?
- pode simplesmente
-e a chuva?
-chuva?
-acumulada?
-não era chuva
-é não era chuva...
-eram almas trazendo um minúsculo infinito para ser contemplado
-como pode...
-pode simplesmente...

















João Leno Lima
14-08-09

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CHUVA INVERSA

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11:05

Catapulto-me!

Atravesso os interiores das nuvens
Seus órgãos sublimes
Sua tez embranquecida
Sua lucidez de criança indivisível
Transpasso-me em gemidos
Soluços feitos da contra mão de mim mesmo
Matéria viva que brinca de me abandonar
Pensamento que se enrosca como um felino nas pernas do seu dono essencial
Obsolvo suas ilustrações bem definidas
Seus litorais supremos que enraizam-se em meus poros
Tateio o verso como se rosto fosse
Sinto o calor melindroso dos lábios
Os pequenos corredores que levam aos olhos
As cercas eletrificadas de pálpebras desarticuladas
Sinto-me a artéria tremula
Arrastam-me nesse fosso branco
Nesse átomo andarilho que passe deixando flores ensangüentadas de angustias
Ânsia pelo alvo incerto que leva as dimensões medonhas,
Rodopio como um furacão dançando sobre o mar inenarrável
Trago comigo a sensação turva do passado
A inversão dos pólos da transcendência
Esforço sobre humano de voltar a despencar...
Tempo espaço ou o outro lado disso
Tempo espaço ou a união
Tempo espaço com a colisão
Tempo espaço com a desintegração do impossível.
Minhas mãos tocam a pagina que se rasga
A flutuação não é algo material
A asa da poesia tem seus próprios sentidos.
Somos sentimentais quando queremos ser nós mesmos.
Deixo-me pelos arredores e a alma se encarrega que seguir o percurso.
Não há limites, longos cabelos separam as extremidades,
Vou me debatendo nas gargantas da aurora e finalmente sou cuspido para fora de mim...







João Leno Lima
13-08-09

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ATRAVESSANDO O PUNHAL

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14:58


Nos imensos blocos de gelo do destino vou perfurando o que parecia indivisível.
Como pude resvalar meus olhos na farsa das coisas passageiras
E esquecer a comunhão com os anjos-poetas?
Quem na quimera dos dias possuiu em si as imensidões necessárias?
Alegorias gigantes sendo derrubadas
Como elefantes voadores nos quatro cantos do momento.
Aves e aviões cruzando os braços nas passagens das tempestades primordiais.
Descobertas cientificas sobre mim mesmo.
Livros de cabeceira deteriorados pelas imagens obscuras.
Sou a condenação suprema do esboço de planetas em cada resquício salivador de medo...
A dissonância dos versos está no espírito e não nas palavras.
Sou apenas a partícula suprema de mim mesmo.
O espaço interior do poema
Como quem rege uma constelação de orquestras intimas
Cada um observa o sussurro do mundo de cada mundo interior.
Todos eles rodeiam o verso-sangue nas artérias invisíveis
Sob a respiração vazia dos pensamentos
Sob o rastro-mapa que apunha-la por dentro todos os rastro antepassados
Frio...
Sou o alcance do inalcançável
Congela-me deus!
Transpasso o invisível de mim e sangro multidões...







João Leno Lima
12-08-2009

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violenta colisão entre planetas

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14:55

A Nasa, agência espacial americana, divulgou nesta segunda-feira em seu site uma concepção artística que mostra uma possível colisão em alta velocidade entre dois planetas ao redor de uma jovem estrela.

O impacto, segundo evidências captadas pelo telescópio espacial Spitzer, envolveu dois corpos rochosos - um deles tão grande quanto a Lua e outro do tamanho de Mercúrio - e teria ocorrido nos últimos mil anos ou mais.

Os astrônomos informaram que a gigantesca colisão destruiu o corpo celeste de menor tamanho, espalhando enormes quantidades de rocha e expelindo camadas de lava quente pelo espaço. Os detectores infravermelhos do Spitzer captaram sinais das rochas vaporizadas e de fragmentos recongelados de lava, chamados de tectitas (tipo de mineral de vidro natural que se forma no espaço).

"O choque deve ter sido enorme e incrivelmente em alta velocidade para a rocha ter se vaporizado e derretido", disse o cientista Carey M. Lisse, da Universidade Johns Hopkins e principal autor do estudo, descrito na edição de agosto da revista Astrophysical Journal. Conforme o pesquisador, a colisão foi similar à que causou a formação da Lua há 4 bilhões de anos, quando um corpo do tamanho de Marte se chocou contra a Terra.

Para se ter uma ideia da força da colisão, os astrônomos explicaram que os dois planetas estariam viajando a uma velocidade de pelo menos 10 km/s antes de se baterem.

A estrela observada pelo Spitzer é a de nome HD 172555, que teria 12 milhões de anos e está localizada a cerca de 100 anos-luz da Terra, ao sul da constelação Peacock (Pavão). Em comparação com a idade da estrela, os cientistas lembraram que o Sistema Solar tem 4,5 bilhões de anos.



Fonte: CUB

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