A Infinita Asa do Infinito

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imagem do Quadro de Rene Magritte.



A solidão quer arrancar uma das asas da minha alma.
Anjos devoradores de silêncios mútuos,
baixem sobre mim
Tua chuva de calmarias vespertinas!
Qual a chave que abre a porta para fora do abismo do pesadelo?
Tua estranha presença vinda do âmago do sonho me Liberta,
Quero me exilar na tua eternidade.
Lançarei-me para teu longe mais próximo,
Mais do que a solidão dos náufragos
Ou a solidão da mãe ao perder seu filho,
A minha solidão é a solidão de uma
Nuvem que se perdeu do rebanho,
Mas ainda flutua...
Ainda desejo encontrar o absoluto.
Por favor, Deus, abra essa porta,
Quero jogar para fora Essas Memórias
Para ter mais espaço aqui dentro para novas
Memórias magníficas e inesgotáveis!
Estou ansioso pelo gole do sonho voador
Como recompensa para a Alma.
Apavora-me pensar no teu desaparecimento,
Apavora-me menos pensar no meu.
A eternidade é uma poesia com versos que jamais se repetem
Sempre novos, novos sentir;
Saídos dos sentidos que ainda nem alcançamos por Completo,
Deuses e sonhos!
Fazem com que eu não me esqueça que
Também sou infinito.
Longas esperas vulneráveis,
Fantasmas discretos trazendo suaves vertigens,
Paredes de concreto de medo e fracasso definhando,
O esquecimento da dor é um anjo de morte que me traz vida,
Jovens e alucinados, sou escravo da liberdade das poesias!
Van Gogh pousou na minha orelha
E disse-me meu novo poema, sentir...
Trazendo-me de volta
Meu rosto roça o teu rosto como se estivesse tocando um violino,
Só ha ilusão quando o sonho não é sentido
Como se fosse matéria viva interminável.
E quando ao mergulhar num sonho perdemos o ar
E nos sentimentos sufocados,
Devemos então começa a respirar sentimentos.
Às vezes minha alma visita os litorais distantes de algum mar
Vou com ela, mais do que uma obrigação,
É a força da minha natureza seguir a alma.
Ah Álvaro de campos, antes do ópio;
Beba o infinito da sua própria alma
Com a força da certeza do sentir.
Estou em paz com os crepúsculos
E preciso escrever uma musica para a aurora.
Depois de chuva e antes da chuva
Nossos pensamentos se encontraram num arco-íris.
Cada segundo é uma letra no alfabeto da nossa infinitude.
Como um poeta em estado de transcendência irremediável;
Quando estou perto de ti, estou perto de mim mesmo em absoluto.
Só o absoluto compreende os caminhos que quero traçar.
E mesmo que a solidão tente arrancar as asas da minha alma,
Eu renascerei sempre quando alguém em algum lugar do universo
Estiver... Sonhando.



By João Leno Lima

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