O Nascimento de uma Poesia

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09:54



Á Musa de Vênus.

se existe a poesia
ela se formou de todos os universos dela.
se esculpiu nascendo versos para
contemplar e lendo a eternidade.
se existe a poesia
delicados sussurros se abraçaram com a alma dela.
num confim de um final de tarde depois da chuva sublime.
se existe a poesia
anjos percorreram milhões que quilômetros
só para vim contemplá-la.
oh cada sentido meu parte-se
nascendo intensas galáxias
cheias de estrelas vivas querendo gritar-te para
ela poder me ouvir verdadeiramente.
ah se existe poesia
o corpo dela é a tez de um verso.
poetas e ultra-românticos dos espaços mais que distantes
inventam planetas saindo de dentro de nossos
goles de perdição labiríntica.
cada canto das tuas infinitas dimensões
Torna-me onipresente.
tenho sede de beber teu sangue possivelmente
cheio de tintas feitas de nuvens.
se existe poesia ela é a alma dos sonetos.
tenho nas mãos os traços do nome dela
e na minha essência ela
é o sonho que me torna a pagina da poesia.
sua voz fabrica a substancia que gira minha
cabeça para cima do meu céu frágil.
sou o átomo que quer engoli o sol para
iluminar a infinitessimamente existência dela.
meus amigos meu inimigos,
se existe poesia
foi tirado dela as partes mais sensíveis do infinito.
quando mergulho-me num oceano de magnitudes e flutuações
busco a sombra dela para ser minha sombra.
a alma dela me procura como quem procura a si mesma.
campos verdes escuros com luzes saídas
dos vaga-lumes das madrugadas
soluçam; que perdemos mais uma vez as horas.
se existe poesia
saturno se abraçará com Vênus nesse instante
para melhor representar sua impossível possível exuberância.
meu deus, seu rosto tem suaves rimas impossíveis de imitar.
meu deus, nunca criastes lábios
tão próximos do âmago das musas dos poetas
quando naquela manhã inspirada pelo amor à poesia
criastes os inomináveis lábios dela.


se existe a poesia
a presença dela é a presença da estrofe perfeita
numa música inesquecível.
seu confuso medo de se sentir poesia
causa danos nas estrelas
que passam a vagar inquietas pelos espaços.
quando ela evita a vida
evita que a chuva poetize os sentimentos
mais absolutos do ser humano
e evita que os arco-íris
tragam os sorrisos aos corações dos poetas.
quando ela resolve, por vulnerabilidades cotidianas,
apenas permanecer e não ser,
é quando o verso do poeta perde-se fugitivo a si mesmo.
se existe a poesia
tubarões passeiam pelos cometas a procura do oceano sedutor dela.
mãos se tocam provocando ondas sonoras ensurdecedoras de
silencio
grito
sussurro
soluço
gemido
vozes
voz
calar
música
meu coração
para
desaba
desafina
partituras pulsantes
ela é os dedos arquitetônicos do pianista
e minha alma são as teclas feitas dos poros dela.
fragmento-me
contornos
buracos negros de saudade sugando a luz da minha razão
via lácteas de sensações
qual o mais profundo desejo da poesia?
paro, guardo o abismo nas mãos e olho a madrugada,
as noites parecem regiões desérticas no meio do mundo.
nos passos dos meus olhos na praça
vi a criança lagrimar a solidão de si mesma
e despencar no chão onde meu rosto já estava
para fazer companhia e pensei
que a voz dela poderia me acalmar naquela hora.
se existe a poesia
a voz dela é a declaração do verso mais desejado.
trompetes e crepúsculos na mesma melodia.
se existe a poesia
meu coração desajustado
é o vento revoltoso que se espalha por todos os lados
só para poder senti-la em todas as direções
joguei fora os cadeados do meu precipício intimo.
passei a ouvir a pulsação dela que é a mesma das estrelas.
e corremos na corda bamba dos nossos corações absolutos

AO PÉ DO OUVIDO

mundos se entrelaçam em goles de violinos.
cometas vêem para contemplar os crepúsculos dos nossos sentidos.
tenho a leve ilusão de estar o tempo todo em mim.
assim como Werther; se não puder te-la aqui
será na outra vida.
Van Gogh diria que não é loucura amar.
deixemos para depois a deseternidade e
abracemos cada membro desse mar.
cada grão de areia no litoral da minha alma
deseja seu passos intermináveis rumo ao absoluto.
cravo como tatuagem os versos mais
inesgotáveis na sensível pele dessa poesia.
às vezes ouço seu chamado
como ondas sedutoras no mar distante...
às vezes almejo tanto a presença que
a ausência se esculpi verdadeiramente
nascendo o delírio e o sorriso.
as vezes ouço sua voz mesmo ela
estando do outro lado do mundo,
como se fosse a voz universal do meu ser.
as vezes ouço seus passos,
mesmo se eles caminhando na lua
eu ouço como quem ouve o movimento das galáxias.
és tu minha via Láctea?
és tu que fazes eu me sentir
um dos anéis de saturno?
és tu que dize-me segredos que
só os deuses são capazes de desvendar num
esforço tremendo de traduzir um livro de flutuações?
és tu que me dizes "minha alma esta aí contigo"?
ah se a alma se transformasse num coração ele
seria o meu nesse momento.
és quem o clamor cintila no silencio?
és quem o grito se transformou em
asas nascendo assim o desejo de ir além de todos os poetas?

JOAO LENO LIMA ESTA CONVERSANDO COM DEUSES DA POESIA.

Fernando pessoa diz "afinal, para viajar basta sentir".
Maiakovski diz "Amo firme, fiel e verdadeiramente"
Allan Ginsberg diz "o peso do mundo é o amor"
Murilo Mendes diz "quero escrever a biografia de cada atomo do seu corpo"
Olavo Bilac diz "amai para entendê-las"
Walt Whitman diz "Contradigo a mim mesmo porque sou vasto"
Rimburd diz "que venha que venha o tempo de amar"
...
NASCE UMA POESIA

se existe a poesia
ela se formou de todos os
universos inteiros completos e absolutos
imensuráveis e minúsculos
gritantes e ensurdecedoramente silenciosos
multidões de homens e mulheres
crianças anjos e anjos crianças
deus e legiões de bondade
poetas e amantes da poesia
todos e ninguém
nascidos desnascidos e ainda não nascidos
versos escritos e outros ainda serão escritos
musicas inspiradas
e músicas que ainda nem foram compostas
tocadores de flautas mágicas e
pintores de todas as épocas
de Homero a Antonio Marcelo
de Mozart a Thomas Edward Yorke
da primeira mulher a ela...
essa poesia
eu a sinto
inegavelmente
na eternidade
da aternidade
de amar.
















João Leno Lima
29 de Outubro de 2008.

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A Música das Estrelas

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07:36

Cientistas gravaram o som de três estrelas semelhantes ao Sol usando o telescópio francês Corot. Segundo os pesquisadores, a gravação dos sons permitiu que se conseguisse captar pela primeira vez informações sobre processos que acontecem dentro das estrelas.


Os sons captados pelos cientistas revelam que as estrelas têm uma "pulsação" regular. Também é possível perceber que o som de cada uma das estrelas é levemente diferente das demais. Isso acontece porque o som das estrelas depende da idade, tamanho e composição química de cada um dos astros. A técnica de sismologia estelar, usada pelos cientistas nesta pesquisa, está tornando-se mais comum entre astrônomos, porque o som permite que se tenha uma idéia das atividades dentro das estrelas.


De acordo com o professor Eric Michel, do Observatório de Paris, a técnica já permitiu que pesquisadores tenham mais conhecimento sobre as estrelas.


"Esta é uma forma completamente nova de se olhar para as estrelas comparado com o que estava disponível nos últimos 50 anos. É muito animador", diz Michel.
O professor descobriu que a pulsação das estrelas é muito parecida com o que os cientistas imaginavam, mas há uma pequena variação. Essa variação pode indicar que os astrônomos ainda precisam refinar suas teorias sobre evolução estelar.


Os pesquisadores publicaram os resultados da pesquisa na revista científica Science. O professor Ian Roxburgh, do Queen Mary College de Londres, muitos cientistas estão tentando aperfeiçoar a técnica.


"Não é fácil. É como ouvir o som de um instrumento musical e depois tentar reconstruir a forma do instrumento", diz.

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