O ASSÉDIO DA CHUVA

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Chove, sim chove na eternidade...
era como se eu chovesse...
derramasse sobre o mundo minha cólera existencial
tão efêmera e profana para os anjos...
chove, desaba, e cada pingo é uma lança atravessando o meu coração, esse
solo fértil para as emoções desencontradas e a solidão...
chove, afunda-me nenhum olhar, nenhum gesto,
eu nessa sala vazia ouvindo o ensurdecedor e silencioso,
antropófaga e delicada música desse oceano fragmentado
essa dança da natureza que me traz, por que será? memórias...
uma chuva de memórias, amores desamores, encontros desencontros,
tudo nas horas ensopadas da alma onde habita talvez a lágrima
chove minha alma!
a eternidade é tua!





By João Leno Lima
em 17 de Fevereiro 2007

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