Sobre o mito climático

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O que é preciso saber sobre mudanças climáticas

Uma grande parcela da presente histeria sobre mudanças climáticas se deve ao generalizado desconhecimento de ciências por uma grande maioria da população mundial. Nos EUA, um estudo recém-divulgado pela Universidade Estadual de Michigan demonstrou que mais de dois terços dos estadunidenses podem ser considerados cientificamente analfabetos (20% deles acredita que o Sol gira em torno da Terra). Tais níveis de ignorância, que incluem os fenômenos da natureza, têm facilitado sobremaneira a disseminação do irracionalismo ambientalista entre os estratos educados das sociedades, os quais, em última análise, atuam como caixas de ressonância das idéias prevalecentes. Por isso, os "aquecimentistas" têm conseguido reduzir as discussões sobre a extremamente complexa teia de fenômenos que envolve as mudanças climáticas ao fator quase irrelevante das emissões antropogênicas de carbono (que respondem, por exemplo, por menos de 5% do CO2 atmosférico).

Para facilitar um entendimento correto dos fatos, recorremos ao geólogo australiano Ray Evans, membro do Grupo Lavoisier, um dos vários grupos de cientistas e leigos que têm se dedicado a recolocar as discussões sobre as mudanças climáticas em termos verdadeiramente científicos. Os tópicos descritos a seguir foram extraídos do seu didático texto "Nove fatos sobre as mudanças climáticas", cujo texto integral em inglês pode ser encontrado no sítio do Grupo Lavoisier (www.lavoisier.com.au). A Fig. 3 integra o trabalho de Evans; a Fig. 4 foi incluída pelos autores.

1. As mudanças climáticas são uma constante na história geológica da Terra. As amostras do gelo perfurado na Antártica (sítio Vostok) mostram cinco breves períodos interglaciais ocorridos desde 415 mil anos atrás e o presente. As amostras do gelo da Groenlândia revelam um Período Quente Minoano (1450-1300 a.C.), um Período Quente Romano (250-0 a.C.), o Período Quente Medieval (800-1100), a Pequena Idade do Gelo (1650-1850) e o Período Quente do Século XX (1900-2010)

2. O dióxido de carbono (CO2) é necessário para toda a vida na Terra e o aumento das suas concentrações na atmosfera é benéfico para o crescimento vegetal, particularmente em condições áridas. Como a capacidade de o CO2 absorver e re-irradiar as radiações infravermelhas na atmosfera (ajudando a compor o efeito estufa) está praticamente saturada, o aumento das concentrações do gás na atmosfera além dos níveis atuais não terá qualquer efeito discernível nas temperaturas globais.

3. O século XX foi quase tão quente como os séculos do Período Quente Medieval, uma era de grandes conquistas da civilização européia. O recente período quente 1976-2000 parece ter chegado ao fim; astrofísicos que estudam o comportamento das manchas solares prognosticam que os próximos 25-50 anos poderão ser um período frio semelhante ao Mínimo de Dalton, ocorrido entre as décadas de 1790 e 1820.

4. As evidências que vinculam as emissões de CO2 antropogênicas ao presente aquecimento se limitam a uma correlação entre as concentrações de CO2 e as temperaturas que só se verifica no período 1976-2000. As tentativas de se elaborar uma teoria holística, pela qual o CO2 atmosférico controle o balanço de radiação da Terra e, portanto, determine as temperaturas médias globais, não foram bem-sucedidas.

5. Os "antropogenistas" afirmam que a esmagadora maioria de cientistas estão de acordo com a teoria de controle do clima pelo CO2 antropogênico; que os fatos científicos estão consolidados e o debate está encerrado; e que os cientistas céticos estão a soldo das indústrias de combustíveis fósseis e, portanto, os seus argumentos são fatalmente comprometidos. Tais afirmativas são expressões de desejo, e não da realidade.

6. Os "antropogenistas", como o ex-vice-presidente dos EUA Al Gore, culpam as emissões antropogênicas de CO2 pelas temperaturas altas, secas, derretimento das capas de gelo polar, aumento do nível do mar, recuo de geleiras e declínio da população de ursos polares. Eles também responsabilizam o CO2 antropogênico por nevascas, neve fora de estação, temperaturas enregelantes em geral e furacões, ciclones e outros eventos meteorológicos extremos. Não há qualquer evidência que sustente tais afirmativas.

7. O aumento das concentrações de CO2 atmosférico terá um impacto desprezível no balanço de radiações da Terra e, ao mesmo tempo, proporcionará o crescimento da vida vegetal em toda parte. Não há necessidade de emprego de métodos de seqüestro de CO2 ou de subsidiar a energia nuclear ou outros métodos de produção de energia não baseados em carbono.

8. As doenças "tropicais", como a malária e a dengue, não são relacionadas às temperaturas, mas à pobreza, falta de saneamento básico e ausência de práticas de controle de insetos transmissores.

9. Se fosse implementada, a descarbonização da economia mundial provocaria vastos problemas econômicos. Qualquer governo democrático que procurasse seriamente se comprometer com as metas de descarbonização colocaria a sua continuidade em risco. O fechamento de centrais geradoras a carvão e a sua substituição por fontes de energia renováveis, como geradores eólicos e painéis solares, provocará desemprego e privações econômicas.

Redimindo a ciência

Enquanto os "Resumos" do IPCC são empregados para promover um apocalipse climático, a ser contido com restrições ao desenvolvimento e a confiança nos mercados, cientistas comprometidos com a busca da verdade se empenham para conhecer os fatores reais que influenciam o clima, com uma perspectiva mais ampla do que o limitado e reducionista enfoque "carbonífero".

Desde a década passada, tem evoluído rapidamente o entendimento do papel exercido pela interação entre os raios cósmicos e o campo magnético do Sol, no que já pode ser considerado uma nova disciplina científica, a cosmoclimatologia. O impulso fundamental veio das pesquisas de Eigil Friis-Christensen e Knud Lassen, do Instituto Meteorológico Dinamarquês, que, em 1991, conseguiram uma correlação quase perfeita entre a evolução das temperaturas no Hemisfério Norte desde 1860 e a extensão dos ciclos de manchas solares. Pesquisas posteriores revelaram que o mecanismo de interferência é a penetração dos raios cósmicos na atmosfera terrestre, que ionizam as moléculas de ar e ajudam a formar os núcleos de condensação formadores das nuvens. Como se sabe, a cobertura de nuvens (geralmente, mal representada nos modelos climáticos) exerce um fator fundamental no balanço energético da atmosfera e, portanto, sobre as temperaturas.

A intensidade dos fluxos de raios cósmicos é afetada pelo campo magnético do Sol (quanto mais forte, menos raios chegam à atmosfera) e pela migração do Sistema Solar através de áreas da Via Láctea com diferentes concentrações de poeira cósmica e atividades estelares.

A prova experimental foi proporcionada pelo Dr. Henrik Svensmark, do Centro Espacial Nacional dinamarquês. Ele e sua equipe simularam a atmosfera terrestre em uma câmara plástica e o Sol com raios ultravioleta, observando enquanto a interação com os raios cósmicos produzia de imediato núcleos estáveis de água e ácido sulfúrico, os elementos constituintes dos núcleos de condensação das nuvens (por ironia, o primeiro artigo de Svensmark comunicando o feito foi publicado em outubro de 2006, nos Proceedings da mesma Real Sociedade que está apoiando a escalada "aquecimentista").

Para divulgar os avanços da cosmoclimatologia, Svensmark se associou ao célebre divulgador científico sir Nigel Calder, para escrever o livro The Chilling Stars: A New Theory of Climate Change (As estrelas que esfriam: uma nova teoria das mudanças climáticas), que acaba de ser publicado pela editora londrina Icon Books (esperemos que em breve saia uma edição brasileira).

Como os estudos apontam que a atividade solar deverá atingir um mínimo no próximo ciclo, em meados da década de 2020, Svensmark e outros cientistas prevêem um resfriamento atmosférico nas próximas décadas. O Dr. Habibullo Abudssamatov, diretor do Laboratório de Pesquisas Espaciais do Observatório de Pulkovo (Rússia), afirma que as temperaturas começarão a cair já em 2012-15 e atingirão um mínimo em meados do século, em uma queda comparável à Pequena Idade do Gelo, quando as temperaturas caíram 1-2oC.

Finalizamos com as palavras dos geólogos Leonid Khilyuk e George Chilingar, da Universidade do Sul da Califórnia, em um contundente artigo publicado em 2006 na revista Environmental Geology: "Quaisquer tentativas de mitigar mudanças climáticas indesejáveis usando regulamentações restritivas estão condenadas ao fracasso, porque as forças naturais globais são pelo menos 4-5 ordens de magnitude maiores que os controles humanos disponíveis... Assim, as tentativas de alterar as mudanças climáticas globais que estão ocorrendo - e as drásticas medidas prescritas pelo Protocolo de Kyoto - têm que ser abandonadas, por insignificantes e danosas. Em vez disto, a obrigação moral e profissional de todos os cientistas e políticos responsáveis é minimizar a miséria humana potencial resultante das mudanças globais a caminho."

O Caso Lysenko: quando a ideologia destrói a ciência

O chamado Caso Lysenko, que obstaculizou o progresso da biologia e da agricultura na antiga URSS por quase meio século, é um dos mais dramáticos exemplos do que a combinação de uma ideologia estreita com o oportunismo e as ambições de indivíduos limitados pode acarretar para a ciência, em particular, e a sociedade, em geral.

Trofim Denissovitch Lysenko (1898-1976) era um agrônomo ucraniano cientificamente medíocre, mas um grande oportunista político, que soube aproveitar a consolidação de Stálin no poder soviético, no final da década de 1920, para assumir em pouco tempo um literal poder de vida ou morte sobre a política científica do regime, principalmente entre as ciências biológicas. Entre os seus alvos prioritários, estavam os pesquisadores da genética, considerada pelos ideólogos marxistas do regime uma teoria "capitalista, burguesa e idealista", que não se encaixava no ideário do materialismo dialético. Com o beneplácito da cúpula do regime, os pesquisadores da genética eram acusados de reacionários e contrarrevolucionários e os que se atreviam a se opor a Lysenko e seus acólitos passaram a ser perseguidos, demitidos, processados e, com freqüência, encarcerados ou executados. Sua vítima mais famosa foi o geneticista vegetal Nikolai Vavilov, um cientista de renome internacional, que morreu de subnutrição na prisão, em 1943.

Surpreendentemente, a influência nefasta de Lysenko prosseguiu após a morte de Stálin, em 1953, e apenas começou a ser erradicada com a queda de Nikita Kruvschov, em 1964. O "lysenkoísmo" teve resultados catastróficos, pois a ciência e a agricultura soviéticas ficaram afastadas da revolução agrícola mundial ocorrida a partir da década de 1950, a chamada "Revolução Verde", em grande medida baseada na introdução de cultivares geneticamente selecionados. Ainda hoje, a ciência na Rússia e nos antigos integrantes do bloco soviético se ressente dos efeitos dessa onda de obscurantismo e intolerância.

Os paralelos entre o "lysenkoísmo" e a histeria "aquecimentista" não devem ser perdidos de vista, pois a História não costuma perdoar a desatenção com as suas lições.

Nota: Esse documento está também disponível na versão pdf 

(1,3 Mb)

Ray Evans

 

Em:

http://www.alerta.inf.br/ct/723.html

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Discos dos anos 00

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19:34

Emiliana Torrini - Fisherman's Woman (2005)

 

Violões mágicos e voz vinda das estrelas numa tarde chuvosa. Emiliana Torrini ao tentar soar despretensiosa comete uma obra de arte. Uma pequena caixa escondida debaixo da cama ou em alguma passagem secreta, onde encontramos mémorias, pequenos versos há tempos guardados, lúdicas cartas esboçadas mas jamais enviadas a destinatários tão perto e tão longe de nossos corações como restos de impressões digitais de outrora entoados num canto angelical orquestrado de sutilezas.

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Discos dos anos 00

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08:44

alpha - the sky is mine (2007)

As vezes uma canção quando está sendo tocada é capaz

de suprimir o tempo e onde a imensidão das nossas percepções

se estremecem rumo ao alvoroço calmo do sonho…

Poucos grupos conseguem isso como o Alpha.

Não só um dos discos mais belos da década

como um das paisagens sonoras mais delicadas da nossa geração.

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