A TEZ DA DESOLAÇÃO

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Algum vazio no peito estralhaça meus olhares distantes.
como uma batalha
pelos campos flutuantes
na tez da alma.
na substancia oculta que saliva das incertezas.
como o homem isolado num canto por si mesmo.
como o almoço solitário
num restaurante abandonado.
espero Álvaro de Campos e Eliot Smith
ate bem tarde na minha mente.
bebo os canhaques com meus amigos gritadores
de suas vísceras poéticas
e permaneço em silencio
como quem perdeu a voz conversando consigo mesmo.
a praça da matriz parece mais um congresso intermediário
entre o tempo e o espaço
e a volta para casa um curto caminho
pelos doloridos desertos da noite.
nem se o coração da minha alma fosse arrancado
eu deixaria de sentir o absoluto
mas agora,
nesses instantes que pairam sobre o poema
algum vazio no peito estralhaça meus olhares distantes.

















João Leno Lima
15 de Dezembro de 2008.

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