UM CORAÇÃO PARA CADA SENTIDO DA ALMA

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09:28



transpassa-me por um momento e sente como eu sinto.
tua dúvida se dissiparia como o
câncer extirpado pelo laser da loucura.
teu fluxo sanguíneo viraria ondas
sonoras impenetráveis que nem o
ouvido absoluto alcançaria.
minhas civilizações de desejos alargariam tuas
percepções e a misturaria com a pulsação de uma estrela
e dessa alquimia nasceria tua forma poética inigualável.
esqueça o hediondo passado inlucido em orgias de medos
e se preocupa em voar comigo até as todas as direções impossíveis.
a propósito, todas as direções, deixa-me em êxtase quando
é por tua alma que passeio.
tua mutação de colméias desasticulantes causa-me
alvoroço comigo mesmo em demasiada literatura humana refluxa.
Como línguas de anjos tocando meus ouvidos e
se acostumando em me dizer segredos espirituais.
ah por favor, leva-me deus da poesia,
de Baco a Maldoror a Fernando Pessoa leva-me
a profundidades espetaculares que
eu mostrarei minha profundidade que espuma num
turbilhão de mecanismo oceânico,
num espalmado soteramento de convulsões de
peripécias vidraçantes,
num jogo de xadrez com cavalos saltando para o infinito,
nuns reluzentes vaga-lumes que apontam para
direções além do olhar noturno,
quando a noite cair quero carregá-la nos braços e
beijá-la com beijos de auroras assim
ela me deixará calmo como as ondas que sabem seu destino.
sim, só por um segundo, sente
a lua desequilibrar-se quando é observada por um poeta em
estado soprante entre saturno e Vênus e terra,
sente como é ventre abandonar as mascaras e
mergulhar a cabeça num poço de reflexos através
da alma em si mesmos e os universos.
ah o que são nossos universos se não o sentimos?
já que não posso seqüestrar tua eternidade onírica
quero te convidar a redesenhar comigo os
anéis de saturno,
a rebatizar os quadros famosos de René Magritte com
nomes de estrelas e quero apagar com borrachas esculpidoras os
muros que separam nossos corpos ornamentais.
sangra comigo na tristeza entranhável e
ver o poeta sucumbir de saudade de si mesmo na madrugada com
flores de pedras escuras.


observa -me quando vôo sem asas rumo a
outono incompreensível e casta volta ao núcleo anterior.
como o corredor que próximo a completar o percurso vitorioso
percebe que nunca houve o ponto de chegada.
sente como eu ?
como um livro feito de ânsias dolorosas
aremesssando-me a almados descampados cheios
de pianos e blocos de fogo engolindo
gigantes deuses de gelo nas profundezas mais
encravadas no âmago dos versos...
lá no fundo... sente a pressão dos cadeados sendo
asfixiados pelo bafo de sol saindo da vontade transalcançavel de
existir além da escuridão prateada das
horas em harpas de solidão cantantes?
sente o laço sem gravidade rompendo as
barreiras do ar e chagando ate mim como
um piramico pensamento espectral?
sente como o tempo, esse jogador irremediável e compulsivo
paralisa-me com um cheque labiríntico
obrigando-me a arriscar-me pelas torres dos sentidos
a procura de mim mesmo
enquanto no centro do mundo minha alma espera
que nos unamos com cheiro de vento delicado a roçar os rostos
com as pontas dos dedos do nariz sedutor do sonho,
como a poesia seduz o poeta
e como o sentir seduz quem sente absolutamente?
transpassa a poesia por um momento e sente.















João Leno Lima
11 de Novembro de 2008

1 comentários:

M

1
10:21
Por favor, não tente definir o absoluto.
na ausência da palavras que defina o sublime
as almas entregues a si mesmas dialogam
Com gestos vindos das profundezas dos gemidos dos transcendentes.
explosão de constelação rasgam os corpos
Tudo parece se encaixar, o infinito e o espaço interior,
as mãos transpassam-se atravessando júpiter e indo além e
voltando desperadadamente vertiginosa na sua
lucidez de galáxias..e nós,
de mãos dadas com os universos perfeitos.
nos tornamos por mais de um segundo...absolutos.

por favor, não tente definir o infinito.
na ausência da lógica que comove as almas
a minha convulsão é pelo corpo da alma da musa.
pela afeto indefinível da certeza entranhada no
verbo do sentir e no túnel que brota como porta além do cotidiano.
o irremediável vento da manha que bagunça as
mascaras existências e nos arremessam num marca passo de delírios.
se deus nunca deixou de criar, desejo que ele
crie uma estrela que servirá de abrigo a
nossas nuvens pessoais.

por favor, não tente definir o sentir.
ah quantas violações de cadáver de sonhos para
termos nosso momento inexprimível.
toca um blues na penumbra da madrugada enquanto
movo-me para longe das pontas dos dedos do cume.
sinto os universos quando passeio
pelo teus poros excêntricos.
sinto rajadas de ventos com mil braços
abraçando as meu arquitetônico silencio,
minha pirotecnia de translucidez contínua,
na nevoa que cobre o campo do meu
destino para ele florescer na
hora exato enquanto corro corro corro...

Por favor, não tente definir a eternidade.
ela esta no toque mágico nos lábios de
uma estrela ou em zigue zagues no
tempo espaço de si mesmo.
no sono latente quando imaginamos as asas que já temos,
meu deus, como é delicado o rosto da realidade do sonho,
no alvoroço de crianças com rostos soterrados pela
madrugada só com a companhia de si mesma.
como é frio sentir a brisa do abismo das memórias.
sobe-me a garganta um grito com versos que pesam mais
que intermináveis chuvas de meteoros mas
eles acabam se tornando pequenas luzes no interior dos meus universos.
estamos definitivamente sentindo quando sentimos em poesia.
a vida que as vezes parece um convenção de
lógicas impossíveis torna-se o
espetáculo abstrato da matemática possível,
alcançamos graus medonhos e definhamos para afundar o
chão com o peso dos nossos desejos mútuos



por favor, não tente definir-se
so o que te defini é o indefinível.
nos corações banhados de cometas que
percorrem seus próprios universos sublimes
cavalgando em mares e montanhas vindas além do tempo
no magrittiano súbito atravessar de paredes
como parte irreversível da evolução cósmica
meu átomo com atos perfeitos ao mergulhar
nos líquidos flutuantes dos interiores
em expirais de delírios acima dos zincos das angustias
ele percorre a vida se expandido além dela.
o possível é a alma sentindo
nascemos dentro do oceano por isso
respiramos profundidades poéticas impossíveis
caímos e nos espatifamos mil vezes
por isso estamos pronto para nos arremessar destruindo barreiras
ilusões e fracassos persistiram em
pousar em nossas pálpebras
por isso estamos prontos para andar de mãos
dadas com o que antes era inalcançável.
sonhamos quando a alma sonha.
por favor, não tente definir o sonho muito menos alma
a união dos dois formam definitivamente um ser.






By: João Leno Lima

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