Farsa do Aquecimento Global

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Carta aberta de 60 cientistas a convidar o primeiro-ministro do Canadá a reflectir sobre a teoria aquecimento global

Debate acerca do Protocolo de Quioto
Carta aberta de 60 cientistas a convidar o primeiro-ministro do Canadá a reflectir sobre a teoria aquecimento global
pelos signatários [*]

Estimado Primeiro-ministro,

Como especialistas reconhecidos em Climatologia e disciplinas científicas relacionadas, vimos propor a realização de debates públicos, abertos, para analisar o fundamento científico dos planos do Governo federal sobre alterações climáticas. Isto seria inteiramente consistente com os seu recente compromisso de conduzir uma revisão do Protocolo de Quioto. Embora muitos de nós tenham feito a mesma sugestão aos então primeiros-ministros, Martin e Chretien, nenhum deles respondeu e, até à data, nenhuma revisão formal e independente foi efectuada no Canadá. .Grande parte dos milhares de milhões de dólares destinados à implementação do protocolo no Canadá serão desperdiçados sem uma avaliação adequada dos desenvolvimentos recentes da ciência do clima.

A prova das observações não suporta os resultados dos actuais modelos climáticos informatizados, pelo que existem poucas razões para confiar nas predições do futuro realizadas com esses modelos. Contudo, isto foi precisamente o que fez as Nações Unidas ao criar e promover Quioto, e ainda continua a fazê-lo com previsões alarmistas sobre as quais são baseadas as políticas climáticas do Canadá. Mesmo que os modelos climáticos fossem realistas, o impacto ambiental do Canadá ao protelar a implementação do Protocolo, ou de quaisquer outros esquemas de redução de gases com efeito de estufa, pendente do término de consultas, seria insignificante. Levar o seu governo a promover audiências mais equilibradas e abertas, tão logo quanto possível, seria uma rota de acção mais prudente e responsável.

Enquanto as afirmações confiantes de grupos ambientalistas cientificamente não qualificados podem proporcionar manchetes sensacionais, elas não servem de base para a formulação de uma política ponderada. O estudo das alterações climáticas é, como V. Exa. disse, uma "ciência emergente", uma vez que é talvez a mais complexa alguma vez abordada. Poderão ser necessários ainda muitos anos de estudo até que possamos compreender correctamente o sistema climático da Terra. Não obstante, avanços significativos têm sido alcançados desde que o Protocolo foi assinado, muitos dos quais nos conduziram a afastar preocupações acerca das consequências do crescimento das emissões dos gases com efeito de estufa. Se, regredindo a meados dos anos 1990, soubéssemos o que sabemos hoje acerca do clima, o Protocolo de Quioto quase certamente não existiria porque teríamos de concluir que era desnecessário.

Compreendemos as dificuldades que qualquer governo tem para formular uma política científica inteligente quando as vozes mais ruidosas parecem sempre empurrar no sentido oposto. Entretanto, num debate aberto, com consultas imparciais, aos canadianos seria permitido ouvir os especialistas de ambos os lados do debate da comunidade científica do clima. Quando o público começar a compreender que não há nenhum "consenso" entre cientistas climáticos acerca da importância relativa das várias causas de alterações climáticas globais, o governo estará numa posição muito melhor para tomar medidas que reflictam a realidade e assim beneficiem tanto o ambiente como a economia.

"As alterações climáticas são reais" é uma frase sem sentido utilizada repetidamente por activistas para convencer o público que está iminente uma catástrofe climática e de que o homem é o responsável. Nenhum destes temores se justifica. Alterações climáticas verificam-se a todo momento devido a causas naturais e o impacto provocado pelo homem ainda permanece impossível de distinguir dentro deste "ruído" natural. O compromisso do novo governo canadiano para reduzir a poluição do ar, da terra e da água é recomendável, mas a afectação de recursos financeiros para "lutar contra as alterações climáticas" seria irracional. É necessário continuar a investigação intensiva das causas reais das alterações climáticas e ajudar os nossos concidadãos mais vulneráveis a adaptarem-se a quaisquer condições que a Natureza nos apresente no futuro.

Nós acreditamos que o público e os decisores governamentais canadianos precisam e merecem ouvir todo o conjunto de opiniões referentes a esta questão muito complexa. Há apenas 30 anos muitos dos alarmistas do aquecimento global estavam a dizer-nos que o mundo estaria em meio de uma catástrofe de arrefecimento global. Mas a ciência continuou a evoluir e, ainda o faz, embora muitos prefiram ignorá-la quando ela não se ajusta a agendas políticas predeterminadas.

Esperamos que V. Exa. examine a nossa proposta cuidadosamente e ficamos inteiramente à disposição para fornecer mais informação sobre este tópico crucialmente importante.

C/C ao ministro do Ambiente, Rona Ambrose, e ao ministro dos Recursos Naturais, Gary Lunn.

Sinceramente,

- Dr. Ian D. Clark, Prof., Isotope Hydrogeology and Paleoclimatology, Dept. of Earth Science, University of Ottawa
- Dr. Tad Murty, former Senior Research Scientist, Dpt. Of Fisheries and Oceans, forme Director of Australia's National Tidal Facility and Prof. of Earth Sciernces, Flinders University, Adelaide, currently adjunct Prof., Dept. of Civil Engineering and Earth , University of Ottwa
- Dr. R. Timothy Patterson, professor, Dept. of Earth Sciences (paleoclimatology), Carleton University, Ottawa
- Dr. Fred Michel, director, Institute of Environmental Science and associate professor, Dept. of Earth Sciences, Carleton University, Ottawa
- Dr. Madhav Khandekar, former research scientist, Environment Canada. Member of editorial board of Climate Research and Natural Hazards
- Dr. Paul Copper, FRSC, professor emeritus, Dept. of Earth Sciences, Laurentian University, Sudbury, Ont.
- Dr. Ross McKitrick, associate professor, Dept. of Economics, University of Guelph, Ont.
- Dr. Tim Ball, former professor of climatology, University of Winnipeg; environmental consultant
-Dr. Andreas Prokoph, adjunct professor of earth sciences, University of Ottawa; consultant in statistics and geology
-Mr. David Nowell, M.Sc. (Meteorology), fellow of the Royal Meteorological Society, Canadian member and past chairman of the NATO Meteorological Group, Ottawa
- Dr. Christopher Essex, professor of applied mathematics and associate director of the Program in Theoretical Physics, University of Western Ontario, London, Ont.
- Dr. Gordon E. Swaters, professor of applied mathematics, Dept. of Mathematical Sciences, and member, Geophysical Fluid Dynamics Research Group, University of Alberta
- Dr. L. Graham Smith, associate professor, Dept. of Geography, University of Western Ontario, London, Ont.
- Dr. G. Cornelis van Kooten, professor and Canada Research Chair in environmental studies and climate change, Dept. of Economics, University of Victoria
- Dr. Petr Chylek, adjunct professor, Dept. of Physics and Atmospheric Science, Dalhousie University, Halifax
- Dr./Cdr. M. R. Morgan, FRMS, climate consultant, former meteorology advisor to the World Meteorological Organization. Previously research scientist in climatology at University of Exeter, U.K.
- Dr. Keith D. Hage, climate consultant and professor emeritus of Meteorology, University of Alberta
- Dr. David E. Wojick, P.Eng., energy consultant, Star Tannery, Va., and Sioux Lookout, Ont.
- Rob Scagel, M.Sc., forest microclimate specialist, principal consultant, Pacific Phytometric Consultants, Surrey, B.C.
- Dr. Douglas Leahey, meteorologist and air-quality consultant, Calgary
- Paavo Siitam, M.Sc., agronomist, chemist, Cobourg, Ont.
- Dr. Chris de Freitas, climate scientist, associate professor, The University of Auckland, N.Z.
- Dr. Richard S. Lindzen, Alfred P. Sloan professor of meteorology, Dept. of Earth, Atmospheric and Planetary Sciences, Massachusetts Institute of Technology
- Dr. Freeman J. Dyson, emeritus professor of physics, Institute for Advanced Studies, Princeton, N.J.
- Mr. George Taylor, Dept. of Meteorology, Oregon State University; Oregon State climatologist; past president, American Association of State Climatologists
- Dr. Ian Plimer, professor of geology, School of Earth and Environmental Sciences, University of Adelaide; emeritus professor of earth sciences, University of Melbourne, Australia
- Dr. R.M. Carter, professor, Marine Geophysical Laboratory, James Cook University, Townsville, Australia
- Mr. William Kininmonth, Australasian Climate Research, former Head National Climate Centre, Australian Bureau of Meteorology; former Australian delegate to World Meteorological Organization Commission for Climatology, Scientific and Technical Review
- Dr. Hendrik Tennekes, former director of research, Royal Netherlands Meteorological Institute
- Dr. Gerrit J. van der Lingen, geologist/paleoclimatologist, Climate Change Consultant, Geoscience Research and Investigations, New Zealand
- Dr. Patrick J. Michaels, professor of environmental sciences, University of Virginia
- Dr. Nils-Axel Morner, emeritus professor of paleogeophysics & geodynamics, Stockholm University, Stockholm, Sweden
- Dr. Gary D. Sharp, Center for Climate/Ocean Resources Study, Salinas, Calif.
- Dr. Roy W. Spencer, principal research scientist, Earth System Science Center, The University of Alabama, Huntsville
- Dr. Al Pekarek, associate professor of geology, Earth and Atmospheric Sciences Dept., St. Cloud State University, St. Cloud, Minn.
- Dr. Marcel Leroux , professor emeritus of climatology, University of Lyon, France; former director of Laboratory of Climatology, Risks and Environment, CNRS
- Dr. Paul Reiter, professor, Institut Pasteur, Unit of Insects and Infectious Diseases, Paris, France. Expert reviewer, IPCC Working group II, chapter 8 (human health)
- Dr. Zbigniew Jaworowski, physicist and chairman, Scientific Council of Central Laboratory for Radiological Protection, Warsaw, Poland
- Dr. Sonja Boehmer-Christiansen, reader, Dept. of Geography, University of Hull, U.K.; editor, Energy & Environment
- Dr. Hans H.J. Labohm, former advisor to the executive board, Clingendael Institute (The Netherlands Institute of International Relations) and an economist who has focused on climate change
- Dr. Lee C. Gerhard, senior scientist emeritus, University of Kansas, past director and state geologist, Kansas Geological Survey
- Dr. Asmunn Moene, past head of the Forecasting Centre, Meteorological Institute, Norway
- Dr. August H. Auer, past professor of atmospheric science, University of Wyoming; previously chief meteorologist, Meteorological Service (MetService) of New Zealand
- Dr. Vincent Gray, expert reviewer for the IPCC and author of The Greenhouse Delusion: A Critique of 'Climate Change 2001,' Wellington, N.Z.
- Dr. Howard Hayden, emeritus professor of physics, University of Connecticut
- Dr Benny Peiser, professor of social anthropology, Faculty of Science, Liverpool John Moores University, U.K.
- Dr. Jack Barrett, chemist and spectroscopist, formerly with Imperial College London, U.K.
- Dr. William J.R. Alexander, professor emeritus, Dept. of Civil and Biosystems Engineering, University of Pretoria, South Africa. Member, United Nations Scientific and Technical Committee on Natural Disasters, 1994-2000
- Dr. S. Fred Singer, professor emeritus of environmental sciences, University of Virginia; former director, U.S. Weather Satellite Servisse
- Dr. Harry N.A. Priem, emeritus professor of planetary geology and isotope geophysics, Utrecht University; former director of the Netherlands Institute for Isotope Geosciences; past president of the Royal Netherlands Geological & Mining Society
- Dr. Robert H. Essenhigh, E.G. Bailey professor of energy conversion, Dept. of Mechanical Engineering, The Ohio State University
- Dr. Sallie Baliunas, astrophysicist and climate researcher, Boston, Mass.
- Douglas Hoyt, senior scientist at Raytheon (retired) and co-author of the book The Role of the Sun in Climate Change; previously with NCAR, NOAA, and the World Radiation Center, Davos, Switzerland
- Dipl.-Ing. Peter Dietze, independent energy advisor and scientific climate and carbon modeller, official IPCC reviewer, Bavaria, Germany
- Dr. Boris Winterhalter, senior marine researcher (retired), Geological Survey of Finland, former professor in marine geology, University of Helsinki, Finland
- Dr. Wibjorn Karlen, emeritus professor, Dept. of Physical Geography and Quaternary Geology, Stockholm University, Sweden
- Dr. Hugh W. Ellsaesser, physicist/meteorologist, previously with the Lawrence Livermore National Laboratory, Calif.; atmospheric consultant.
- Dr. Art Robinson, founder, Oregon Institute of Science and Medicine, Cave Junction, Ore.
- Dr. Arthur Rorsch, emeritus professor of molecular genetics, Leiden University, The Netherlands; past board member, Netherlands organization for applied research (TNO) in environmental, food and public health
- Dr. Alister McFarquhar, Downing College, Cambridge, U.K.; international economist
- Dr. Richard S. Courtney, climate and atmospheric science consultant, IPCC expert reviewer, U.K.


18/Fevereiro/2007

Esta carta aberta encontra-se em http://resistir.info/ .

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Por trás do prémio Nobel da paz de 2009

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21:08



A atribuição do Prémio Nobel da Paz deu lugar a um coro de elogios entre os líderes da Aliança Atlântica, mas também suscitou cepticismo no mundo. Ao invés de debater as razões que poderiam justificar esta escolha surpreendente, Thierry Meyssan expõe a corrupção do Comité Nobel e as relações que unem o seu presidente, Thorbjørn Jagland, aos colaboradores de Obama.

"Esta manhã, quando ouvia as notícias, a minha filha aproximou-se e disse-me: 'Papá, ganhaste o Prémio Nobel da paz' ".

Esta é a comovente história que o presidente dos Estados Unidos contou aos acomodados jornalistas para comprovar que nunca desejou esta distinção e foi o primeiro a ficar surpreendido. Sem procurar saber mais, os títulos que aqueles jornalistas imediatamente apresentaram nos seus jornais falavam da "humildade" do homem mais poderoso do mundo.

Para dizer a verdade, não sabemos o que mais surpreende: a atribuição de uma tão prestigiosa distinção a Barack Obama, a encenação grotesca que a acompanha, ou ainda o método utilizado para corromper o júri e retirar a este prémio a sua vocação inicial.

Em primeiro lugar, relembremos que, segundo o regulamento do Comité Nobel, as candidaturas são apresentadas por instituições (parlamentos nacionais e academias políticas) e por personalidades qualificadas, principalmente magistrados e antigos laureados. Em teoria, uma candidatura pode ser apresentada sem que o candidato tenha sido disso avisado. Não obstante, assim que o júri decide, estabelece uma ligação directa com o candidato de modo a que ele seja informado uma hora antes da conferência de imprensa. Pela primeira vez na sua história, o Comité Nobel terá omitido esta cortesia. Isso aconteceu porque, assegura-nos o seu porta-voz, o Comité não ousaria acordar o Presidente dos EUA à noite. Talvez ignore que há conselheiros que se reúnem na Casa Branca para receber as chamadas urgentes e acordar o presidente se necessário.

O gracioso número protagonizado pela sua filha anunciando o Prémio Nobel ao seu papá não basta para dissipar o mal-estar provocado por esta distinção. Segundo o desejo de Alfred Nobel, o prémio recompensa «a personalidade que [durante o ano precedente] mais ou melhor contribuiu para a aproximação dos povos, a supressão ou redução dos exércitos permanentes, a aproximação e divulgação dos avanços pela paz». No espírito do fundador, tratava-se de manter uma acção militante e não de atribuir um diploma de boas intenções a um chefe de estado. Tendo os laureados por vezes escarnecido do direito internacional depois de terem recebido o prémio, o Comité Nobel decidiu, há quatro anos, não voltar a recompensar um acto particular mas honrar apenas personalidades que tenham consagrado a sua vida à paz. Deste modo, Barack Obama teria sido o mais meritório dos militantes da paz em 2008 e não teria cometido nenhum atentado ao direito internacional em 2009. Sem mencionar os detidos em Guantánamo e em Bagram, nem os afegãos e os iraquianos confrontados com uma ocupação estrangeira, que pensarão disto os hondurenhos esmagados por uma ditadura militar ou os paquistaneses cujo país se tornou o novo alvo do Império?

Vamos à questão fundamental, a qual a "comunicação" da Casa Branca e os media anglo-saxónicos querem esconder do público: os laços sórdidos entre Barack Obama e o Comité Nobel.

Em 2006, o Comando Europeu (isto é, o comando regional das tropas dos EUA cuja autoridade abrangia então simultaneamente a Europa e o essencial da África) solicitou ao senador de origem queniana Barack Obama que participasse numa operação secreta entre agências (CIA-NED-USAID-NSA). Tratava-se de utilizar o seu estatuto de parlamentar para efectuar um périplo africano que permitisse ao mesmo tempo defender os interesses dos grupos farmacêuticos (face às produções não patenteadas) e de rechaçar a influência chinesa no Quénia e no Sudão [1] . Apenas o episódio queniano nos interessa aqui.

A desestabilização do Quénia

Barack Obama e a sua família, acompanhados de um assessor de imprensa (Robert Gibbs) e de um conselheiro político-militar (Mark Lippert) chegam a Nairobi num avião especial fretado pelo Congresso. O seu avião é seguido por um segundo, este fretado pelo Exército dos EUA, transportando uma equipa de especialistas em guerra psicológica comandada pelo general J. Scott Gration, pretensamente à beira da reforma.

O Quénia estava então em plena expansão económica. Logo após os começos da presidência de Mwai Kibaki, o crescimento passou de 3,9% a 7,1% do PIB e a pobreza desceu de 56% para 46%. Estes resultados excepcionais foram obtidos reduzindo os laços económicos pós-coloniais com os anglo-saxónicos e substituindo-os por acordos mais justos com a China. Para acabar com o milagre queniano, Washington e Londres decidiram derrubar o presidente Kibaki e impor um oportunista devoto, Raila Odinga [2] . Neste sentido, o National Endowment for Democracy suscitou a criação duma nova formação política, o Movimento laranja, e armou secretamente uma "revolução colorida" por ocasião das eleições legislativas seguintes em Dezembro de 2007.

O senador Obama é acolhido como um filho do país e a sua viagem é extraordinariamente mediatizada. Intromete-se na vida política local e participa nas reuniões de Raila Odinga. Apela a uma "revolução democrática" enquanto o seu "acompanhante", general Gration, entrega a Odinga um milhão de dólares líquidos. Estas intervenções desestabilizam o país e suscitam os protestos oficiais de Nairobi junto de Washington.

Por ocasião deste périplo, Obama e o general Gration reportam ao general James Jones (então chefe do Comando Europeu e comandante supremo da NATO) em Estugarda, antes de regressar aos EUA.

A operação continua. Madeleine Albright, na qualidade de presidente do NDI (a filial do National Endowment for Democracy [3] especializada no tratamento de partidos de esquerda) viaja até Nairobi, onde supervisiona a organização do Movimento Laranja. Depois, John McCain, na qualidade de presidente do IRI (a filial do National Endowment for Democracy especializada no tratamento dos partidos de direita) vem completar a coligação de oposição no tratamento de pequenas formações de direita [4] .

Aquando das eleições legislativas de Dezembro de 2007, uma sondagem financiada pelo USAID anuncia a vitória de Odinga. No dia das eleições, John McCain declara que o presidente Kibaki falseou o resultado do escrutínio a favor do seu partido e que na realidade é a oposição conduzida por Odinga que ganhou. A NSA, em parceria com os operadores locais de rádio, dirige SMS anónimos à população. Nas zonas povoadas pelos Luos (as etnias de Odinga), estes dizem: "Caros Quenianos, os Kikuyus roubaram o futuro das nossas crianças… Devemos tratá-los da única forma que compreendem… a violência". Entretanto, nas zonas povoadas pelos Kikuyus, os SMS dizem: «não será derramado o sangue de nenhum Kikuyu inocente. Massacrá-los-emos até ao coração da capital. Para que se faça justiça, estabeleçam uma lista dos Luos que conhecem. Enviar-vos-emos os números de telefone para onde transmitir essas informações». Em poucos dias, esse país sereno perde-se em confrontos sociais. Os distúrbios fazem mais de 1 000 mortos e 300 mil desalojados. 500 mil postos de trabalho são destruídos.

Madeleine Albright está de regresso. Propõe a sua mediação entre o presidente Kibaki e a oposição que tenta derrubá-lo. Com discrição, distancia-se e coloca em cena o Oslo Center for Peace and Human Rights [N. do T.: Centro de Oslo para a Paz e Direitos Humanos]. Esta respeitada ONG é novamente presidida pelo antigo primeiro-ministro da Noruega, Thorbjørn Jagland. Rompendo com a tradição de imparcialidade do Centro, ele coloca dois mediadores em cena, cujas despesas são integralmente pagas pelo NDI de Madeleine Albright (quer dizer, pelo orçamento do Departamento de Estado dos EUA): um outro antigo primeiro-ministro norueguês, Kjell Magne Bondevik, e o antigo secretário-geral da ONU, Kofi Annan (o ganês tem estado muito presente nos estados escandinavos depois de ter casado com a sobrinha de Raoul Wallenberg).

Para estabelecer a paz civil a aceitar o compromisso que lhe impõem, o presidente Kibaki é obrigado a aceitar criar um posto de primeiro-ministro e de o confiar a Raila Odinga. Este começa imediatamente a reduzir as trocas com a China.

Pequenos presentes entre amigos

Se a operação queniana acabou ali, a vida dos protagonistas continua. Thorbjørn Jagland negoceia um acordo entre o National Endowment for Democracy e o Oslo Center, formalizado em Setembro de 2008. Uma fundação conjunta é criada em Minneapolis permitindo à CIA subsidiar indirectamente a ONG norueguesa. Esta intervém por conta de Washington em Marrocos e sobretudo na Somália [5] .

Obama é eleito presidente dos EUA. Odinga proclama vários dias de festa nacional no Quénia para celebrar o resultado das eleições nos EUA. O General Jones torna-se conselheiro de segurança nacional. Nomeia Mark Lippert como chefe de gabinete e o general Gration como adjunto.

Durante a transição presidencial nos EUA, o presidente do Oslo Center, Thorbjørn Jagland, é eleito presidente do Comité Nobel, não obstante o risco que representa para a instituição um político tão artificioso [6] . A candidatura de Barack Obama ao Prémio Nobel da Paz é enviada o mais tardar a 31 de Janeiro de 2009 (data limite regulamentar [7] ), ou seja, doze dias depois da sua tomada de posse na Casa Branca. Vivos debates animam o Comité que não chegou ainda a um acordo sobre um nome no princípio de Setembro, conforme previsto pelo calendário habitual [8] . A 29 de Setembro, Thorbjørn Jagland é eleito secretário-geral do Conselho da Europa em seguimento de um acordo de secretaria ente Washington e Moscovo [9] . Esta boa acção pede outra em troca. Ainda que a qualidade de membro do Comité Nobel seja incompatível com uma função política executiva de relevo, Jagland não desiste. Argumenta que a letra do regulamento interdita a acumulação de uma função ministerial e nada diz sobre o Conselho da Europa. Chega então a Oslo a 2 de Outubro. No mesmo dia, o Comité designa o Presidente Obama Prémio Nobel da paz de 2009.

No seu comunicado oficial, o Comité declara, não por graça: "é muito raro que uma pessoa, na instância Obama, tenha conseguido captar a atenção de todos e dar-lhes esperança num mundo melhor. A sua diplomacia baseia-se no conceito de acordo com o qual aqueles que governam o mundo devem fazê-lo guiados por um conjunto de valores e de comportamentos partilhados pela maioria dos habitantes do planeta. Durante 108 anos, o Comité do Prémio Nobel procurou estimular este estilo de política internacional de que Obama é o principal porta-voz".

Por seu turno, o feliz laureado declarou: "Aceito a decisão do Comité Nobel com surpresa e profunda humildade. (…) Aceitarei esta recompensa como um apelo à acção, um apelo lançado a todos os países para que enfrentem os desafios comuns do século XXI". Deste modo, este homem "humilde" crê encarnar "todos os países". Aqui está algo que não augura nada de pacífico.

http://resistir.info/


13/Outubro/2009

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"O golpe não poderia ter ocorrido sem a cumplicidade dos EUA"

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21:06


Honduras:


"O golpe não poderia ter ocorrido sem a cumplicidade dos EUA"
 

Chury: Ao iniciar nosso panorama internacional de notícias, como sempre às segundas-feiras, temos as análises ponderadas de James Petras nos Estados Unidos. Bem vindo, Petras.

Petras: Aqui estamos a analisar os acontecimentos em Honduras e as respostas internacionais num panorama por um lado muito claro e por outro muito escuro.

Chury: Certamente quando me falas de escuro referes-te a Honduras.

Petras: Sim, falamos do golpe de estado e das respostas dos diferentes organismos internacionais, regionais e também a resposta da Venezuela e do presidente Zelaya.

Chury: Aqui há expectativa sobre qual é a atitude assumida pelo governo norte-americano frente ao primeiro golpe que se verifica sob o governo de Barak Obama.

Petras: Bem, mais uma vez uma divisão. Um sector de esquerda analisa os vínculos entre os militares hondurenhos, o Pentágono e organizações clandestinas norte-americanas como a CIA e as fundações com as ONGs golpistas e concluem que os EUA estavam implicados, são cúmplices, porque o controle que têm, a influência que tiveram os militares norte-americanos nas Honduras, é muito profunda e de muito longo prazo...

Chury: Que vem do tempo dos contra também.

Petras: Sem, há muito tempo Honduras foi trampolim para o golpe contra Arbenz em 1954; foi a ponta de lança para a invasão de Cuba em 1961; foi a casa dos contras com 20 mil soldados mercenários lançados a partir de Honduras. É um país muito colonizado desde há muito tempo e Zelaya, por outro lado, é um burguês reformista tibiamente crítico ou, poderíamos dizer, independente de algumas políticas norte-americanas do passado e da actualidade e tenta conseguir benefícios ligando-se à Venezuela por causa da ajuda petrolífera, a ajuda económica. O facto de ter assumido uma autonomia relativa em relação à integração do ALBA associando-se à Venezuela foi a razão para o deslocarem. Agora, a política de Obama é muito mais subtil do que no passado. Diplomaticamente condenaram a situação de violência e em primeira instância não condenaram os militares pelo golpe, mas depois de a OEA o ter feito de forma unânime é que eles se somaram à denúncia. Mas sabemos que o que dizem em público, em fóruns onde não têm alternativa, é uma coisa e o que fazem a partir dos seus contactos e ligações em Honduras é outra. Agora, a prova do envolvimento ou não dos Estados Unidos vai passar pelas medidas que tome a OEA. Há várias possibilidades. A política é: as forças devem dialogar com os golpistas no Congresso e o presidente títere trata de resolver o conflito. Como só restam seis meses do regime eleito, poderiam prolongar as negociações para que ele volte ao governo por pouco tempo mas sem possibilidade de aprovar a reforma da Constituição.

Há que reconhecer várias coisas: Zelaya não propunha um referendo. Era uma consulta que não tinha força de lei. E segundo, foram os militares que se negaram a cumprir as ordens do presidente eleito. E, neste contexto, dizer simplesmente que haja um diálogo entre os violentos, os ilegais, os golpistas, com o presidente eleito parece-me um disparate. Por esta razão: Washington quer castigá-lo como um exemplo para os outros países no Caribe, do que lhes poderia acontecer se eles se envolvem com Chávez. E é uma dupla política. O que a esquerda deveria saber, inclusive alguns que deveriam conhecer isso melhor, é que simplesmente criticar formalmente não significa nada com este presidente que temos. É o mesmo que se passou no Irão com o golpe fracassado, criticar o processo eleitoral enquanto estão a fomentar e financiar os golpistas nas ruas.

Neste caso utilizaram uma parte da institucionalidade e no Irão lançaram os estudantes e os sectores mais pró ocidentais às ruas. Mas é o segundo golpe do senhor Obama, muito bem disfarçado e com a cumplicidade da esquerda que só enfoca no aspecto mais superficial: os militares, que são simplesmente instrumentos da política norte-americana. Todos treinados pelos Estados Unidos, todos assessorados pelos Estados Unidos, todos receberam ajuda financeira e armas dos Estados Unidos. Actualmente há inclusive assessores norte-americanos que funcionam na Embaixada e temos o caso dos militares norte-americanos que em momento algum intervêm para dizer "nós nos opomos a este acontecimento".

Chury: Quer dizer então que na realidade é muito hipócrita a posição do governo de Obama.

Petras: Bem, é muito inteligente manejar melhor as relações públicas e o que cala é bom para que a OEA não condene os Estados Unidos mas condene simplesmente os militares, e enquanto isso as declarações da OEA são que os protestos devem respeitar o âmbito constitucional. Que âmbito constitucional existe quando o Congresso, o Tribunal Supremo e os militares destituíram o presidente eleito? Não há âmbito constitucional; é um quadro anti-democrático e anti-constitucional. Então só querem que a gente marche em protesto e volte para casa. Os sindicatos e os camponeses têm outro projecto: uma greve geral indefinida e marcha permanentes até que o governo de Zelaya retorne. Então há uma diferença subtil que devemos anotar porque as grandes manchetes dizem "OEA repudia o golpe", muito bem. Mas e depois? Como vão manejar a situação, a negociar com estes poderes golpistas que são uma frente muito poderosa? E o que poderia sair disso, desarmar a possibilidade de um voto constitucional e retorna Zelaya como preso na presidência sem capacidade de criar um quadro melhor para que os processos democráticos marchem em Honduras? Por isso digo que há uma parte clara e uma parte escura nisso. Por que todo o mundo aplaude que as Nações Unidas, a OEA, o ALBA, o Mercosul, a Unasur, condenem o golpe. Sim, está bem, mas quais são as acções práticas? Vão impor um embargo, vão romper relações com os golpistas, vão organizar algum embargo sobre o comércio? Que medidas práticas vão tomar? Os Estados Unidos vão retirar o seu embaixador, vão retirar seus assessores golpistas?

Porque uma denúncia simplesmente folclórica e que tudo siga normalmente económica e politicamente parece-me um acto meramente simbólico e inconsequente.

Chury: Petra, isto leva-me a Roma e Júlio César. Parece que para Honduras a sorte está lançada.

Petras: Bem, não sei em que grau. Por exemplo, o que preocupa Bachelet e os outros governos burgueses na América Latina é que este golpe é contra um governo burguês liberal, o de Zelaya, que não mudou nenhuma propriedade, não nacionalizou, não fez nenhuma reforma agrária mas apenas facilitou os direitos democráticos das organizações sociais para que possam articular as suas reivindicações. Nesse sentido é um democrata, mas sem nenhuma radicalidade em medidas sócio-económicas. Por isso queria rever a Constituiçã para introduzir algumas mudanças sócio-económicas, mas até agora as medidas mais progressistas estão na política externa. Mas todos os governos da América Latina devem estar muito preocupados porque eles se podem identificar com um governo liberal democrata e se há um golpe contra Zelaya por que não se podem multiplicar os golpes agora na América Latina a partir das crises económicas e das dificuldades para continuar com a política económica actual? São os seus próprios interesses que estão em jogo agora. Inclusive o governo do Uruguai deve considerar que um golpe na América Central pode parecer algo comum e que não está neste círculo, mas os militares têm um modo de tomar lições do que se passa em outras partes e do que se pode fazer, que podem não escapar a um castigo exemplar. Por esta razão todos querem condenar o golpe; porque poderia ser um efeito dominó: um golpe em Honduras, depois um golpe no Equador, um golpe na Bolíva, ... E por esta razão que é muito perigoso e Washington está a olhar para ver como tudo isso vai acontecer. A primeira prioridade de Washington é deslocar um aliado de Chávez e a segunda, o mal menor, é que volte a ser governo mas enquadrado num contexto em que não possa continuar a mandar, como um presidente preso no palácio presidencial. E depois, em Novembro, em menos de seis meses, outra eleição em que o partido liberal muda o candidato, põe um reaccionário de turno e termina o perigo de uma aliança centro-americana com Chávez.

Há dois carris em Washington: um é simplesmente deslocar Zelaya e o outro é terminar com um prolongamento falso deste governo.

Uma indicação de tudo isso é a reportagem da BBC que lemos esta manhã. Tem uns 15 parágrafos e 13 estão a dar a voz e a opinião da direita. Inclusive a dizer mentiras, como que o senhor Zelaya queria fazer uma emenda à Constituição, o que é falso porque era uma simples consulta, não era propriamente um referendo. E segundo, há comentários do governo dos golpistas, comentários de alguém na rua que diz estar alegre por ter caído o governo.

É um artigo pró golpe esse da BBC, o qual é um media muito degenerado nos últimos anos. Os media reflectem algo do que realmente pensam em Washington e os argumentos que vão mencionar: que os militares estavam apoiados pelo Tribunal Suprema, que não é uma violação ao governo civil e sim que os militares estão a controlar, revertendo a ordem completamente. Tratam de esconder com uma nuvem de fumo o grande significado do golpe, dar-lhe legitimidade enfatizando o novo presidente do Congresso. Dizem que era o segundo na hierarquia presidencial, etc. Devemos ler com atenção o que dizem os media neste sentido, que tentam minimizar o significado da derrubada.

Chury: Em síntese, Petras, os Estados Unidos são alheios a este golpe em Honduras ou são parte dele?

Petras: Eu creio que estão implicados e há que dizê-lo. Os EUA não tiveram problemas em convencer os militares devido aos seus próprios interesses e ideologia e toda a oligarquia estava contra simplesmente porque não controlava Zelaya tão bem como controlava todos os mal chamados presidentes passados. Então foi uma confluência de interesses imperialistas, oligárquicos e militares. E não tenho nenhuma dúvida de que com a presença norte-americana, a presença militar profunda em Honduras, não há nenhuma possibilidade de este golpe ter ocorrido sem a cumplicidade dos Estados Unidos.

Ninguém pode imaginar forças armadas mais subordinadas ao Pentágono que as de Honduras, que não actuam simplesmente por sua conta, não actuam independentemente dos EUA, não actuam sem que os EUA e os militares, que funcionam nos mesmos quartéis, nos mesmos Ministérios, não se pode imaginar que o general do exército de Honduras possa actuar sem a cumplicidade activa dos Estados Unidos.

Chury: Vamos deixar este tema, que certamente vai dar muito o que falar. Tivemos eleições no Rio da Prata. As eleições para a renovação do Congresso argentina e a eleições internas do Uruguai.

Petras: Da Argentina recebemos a notícia de que os Kirchner estão muito enfraquecidos, que subiu a direita dura e, como previmos, com a crise económica o centro-esquerda que é responsável pela política de dependência sofreu muito e então a direita é a primeira beneficiária, mas Pino Solanas [NR] aumentou enormemente a votação.

Chury: Sim, é a surpresa.

Petras: Sim, mas também é uma expressão de como as crises dividiram o país e Pino teve a capacidade de aglutinar uma força, ao passo que todos os trotsquistas, o Partido Obrero, os PTS e os demais fragmentam-se não conseguem nada. O mesmo de sempre: quando aumentam de um por cento para um vírgula cinco crêem que é um grande êxito. Neste sentido creio que é um sinal de que o centro-esquerda está em crise. Dissemos isso há um ano aqui. Que frente à crise económica isto de tentar equilibrar forças entre exportadores, burgueses, industriais, operários, não tinha mais caminho, que não poderia continuar. Mas Kirchner e Cristina Fernández continuaram a mesma política anterior e à crise e a polarização vai contra eles, porque ambos assumem a responsabilidade pelos efeitos da crise capitalista porque são o governo e a direita aproveita na sua posição contra o governo para colher votos dos descontentes. Agora, poderias informar-me se Mujica subiu em relação a Astori e Tabaré?

Chury: Sim, mas não é o principal da eleição de ontem no Uruguai. O principal é que o Partido Nacional, con Lacalle à cabeça, ficou acima da Frente Ampla.

Petras: Repete-se o que se passou na Argentina. Repito: o centro-esquerda em tempos de crise é culpável pelos problemas sociais que surgem. Assumiram toda a responsabilidade pela trajectória capitalista, o capitalismo entra em crise e as pessoas deslocam-se para a oposição, independentemente de que a oposição vá continuar e aprofundar as mesmas medidas de crise que a Frente Ampla. Há uma votação significativa da classe média que diz: quem está a provocar as minhas dores, quem está a afectar o emprego?: é o governo. O governo é a Frenta Ampla, então assume todos os custos de continuar a sua política económica. O que se passa é que a esquerda não é suficientemente forte e diferenciada da Frente Ampla para aproveitar um deslocamento da Frente Ampla para a esquerda. É uma lástima, é trágico que por muito tempo a esquerda tenha estado associada com a Frente Ampla e por esta razão não acumulou uma imagem suficientemente crítica e contra ela para que possam servir como um pólo de atracção. Então ganham o Partido Nacional, Macri na Argentina...

Considero que isso vai ser um fenómeno continental: onde o centro esquerda maneja e manda neste período de crise, sofrerá golpes eleitores.

Chury: Petras, como estamos no final do tempo, tenho que agradecer a análise e dar-te um abraço muito grande. Encontramo-nos segunda-feira como sempre.

Petras: Um abraço para todos.


02/Julho/2009

[*] Entrevista à CX36, Rádio Centenário, do Uruguai, a 29/Junho/2009.

Esta entrevista encontra-se em http://resistir.info/ .

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REDEMOINHANDO

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13:28


O tempo espalha-se como anjos dilacerados pelo abandono.

rompemos os liquidos de concreto que cimenteia a lágrima
nas arterias dos gestos onde escorre a superficie do litoral dos mares intimos.

como cascas?

como cascas depravadas que se arreganham nas extremidade das vigas dos nossos olhares
se espreguiçando em forma de tunel dentro de nós
e escorrendo gritos mais impiedoses que a piedade das anjos.
um anjo vestido de cratera espera um coração para dar-lhe vida essencial...
ele rebusca as imensidões e com sua mão desentrelaça os initerrupnos nós da nossa mente avessa.
realmente desejas o esconderijo?
o ludico incosnciente externo onde passei nossas crianças ancestrais.
adoradoras das particulas brancas que sobem os corredores azuis.

meu deus, sentes medo como eu sinto?
sente o frio na espinha dos sentidos que desloca a retina para dentro da palma da mao da distancia desconexa?
ja sentiu o vento vinda da memoria e soprar sensação desacontecidas que rugem como animais fabricados pelo tempo?

ah...o tempo...

mera invenção que guia a finitude
com os dentes mais intransponiveis e afiados dilacero os pulmoes dos segundos
e ponho meus prorpios pulmoes neles...
e puxo o ar, puxo, cresço interno, espalho-me...solto-me

Agora sou chuva...

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