Deuses Astronautas

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04:39

Descrições dos antigos vindas do espaço

As marcas e imagens gravadas na pedra, de grande antiguidade, são indícios importantes. Mais importante ainda é o testemunho dos homens de um passado não tão remoto: desenhos e relatos escritos do surgimento de estranhos aparelhos no céu e dos seres que deles desembarcavam. Existem milhares de referências assim: clipei ardentis (escudos redondos brilhantes) eram fenômeno freqüente nos céus da Roma antiga. Registra-se uma observação no ano 77 de nossa era, e outra de "um disco acompanhado de reflexos de luz", avistado no ano 60 a.C.. Plínio, o Velho, Sêneca e Tito Lívio falam deles, qualificando-os como "prodígios do céu". Muito mais antigas são as passagens de certos livros hindus, como o Ramayana e o Mahabarata. Ali está escrito como os indianos, há milhares de anos, sabiam construir máquinas aéreas chamadas vimanas capazes de elevarem-se "esplendorosamente no céu", e como haviam aprendido essas coisas "dos deuses vindos do céu em veículos mais poderosos".


É por exemplo o caso do Samarangana Sutradhara, documento que os antigos indianos classificam como "manusa", ou seja, "estritamente verídico", e que diz textualmente:
"Por meio dessas máquinas os seres humanos podem viajar ao céu e os seres celestes podem descer a Terra".


Em outras palavras, os antigos indianos estavam acostumados a visitantes vindos do espaço, tanto que a isso faziam referências em seus escritos, não escondendo que com eles haviam aprendido muitas coisas.


Noutro ponto da mesma obra afirma sem a menor hesitação "que alguns vimanas fechados podiam subir às regiões solares (surymandala) e até as regiões estelares (naksatramandala)", o que se pressupõe habilidade e meios para vôos no espaço, conhecimento naturalmente ensinado por seres acostumados a fazê-lo.


As Estâncias de Dizan são uma velha compilação de antiqüíssimas lendas orientas, conservadas pela tradição oral até que surgiu a escrita. O livro foi escrito há pelo menos 3000 anos atrás, mas alguns estudiosos julgam que alguns dos fatos nele descritos remontam há até 10.000 anos. Seja como for, existe neste livro uma passagem impressionante que relata, com riqueza de detalhes, a vinda à Terra de homens do espaço:
"… Um grupo de entes celestes veio à Terra muitos milhares de anos atrás num barco de metal que antes de pousar circulou a Terra várias vezes. Estes seres estabeleceram-se aqui e eram reverenciados pelos homens entre os quais viviam. Com o tempo, porém, surgiram rixas entre eles, e um determinado grupo separou-se, indo-se instalar em outra cidade, levando consigo suas mulheres e seus filhos.


"A separação não trouxe a paz e sua ira chegou a tal ponto que um dia o governante da cidade original tomou consigo um grupo de homens e viajando num esplendoroso barco aéreo de metal voaram para a cidade do inimigo. Ainda a grande distância lançaram contra ela um dardo flamejante que voava com o rugido de um trovão. Quando ele atingiu a cidade inimiga destruiu-a numa imensa bola de fogo, que se elevou ao céu, quase até as estrelas. Todos os que estavam na cidade pereceram horrivelmente queimados. Os que estavam fora da cidade, mas nas suas proximidades, morreram também. Os que olharam para a bola de fogo ficaram cegos para sempre. Aqueles que mais tarde entraram a pé na cidade adoeceram e morreram. Até a poeira que cobria a cidade ficou envenenada, assim como o rio que passava por ela. Ninguém mais voltou a se aventurar lá e seus escombros acabaram sendo destruídos pelo tempo e esquecidos pelos homens.


"Vendo o que tinha feito contra sua própria gente, o chefe retirou-se para seu palácio, recusando-se receber quem quer que fosse. Dias depois reuniu os homens que ainda lhe sobravam, suas mulheres e filhos, e embarcaram todos nos navios aéreos. Um a um, afastaram-se da Terra para não mais voltar…"


Numa simples descrição encontramos referência a vôo orbital, descida de seres do espaço, mísseis dirigidos, explosões nucleares e contaminação radioativa. Nada de novo sobre a Terra…
Aleksadr Kasantsev, cientista russo, escritor e arqueólogo, revela que foram encontrados no deserto de Gobi os esqueletos de um bisonte e de um hominídeo tipo Neandertal, próximos um do outro. Ambos tinham o crânio perfurado por projéteis de alta velocidade, a julgar pelos orifícios perfeitos neles encontrados. Há 50 mil anos atrás alguém esteve ali, armado com um tipo avançado de arma de fogo, e os matou. O exame dos ossos confirma que morreram na mesma época. E quando isso se deu, não existia ainda a civilização atlante, nem a indiana.




Fonte: CUB

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8 e Meio de Federico Fellini

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23:53
* O MELHOR FILME DE TODOS OS TEMPOS*

Oito e Meio contém todos os filmes feitos e anuncia os futuros, aqueles em que Fellini adquire definitivamente sua personalidade cinematográfica, aquele misto de fantasia, de reminiscências autobiográficas e de observação da sociedade italiana. É ao mesmo tempo o filme da cristalização e da ruptura: ruptura com a herança neo-realista e cristalização de um estilo próprio.
Quando da sua saída, Oito e Meio desconcertou a todos. A complexidade da estrutura, melhor, da relação do filme com a sua própria realidade a espelhar a realidade do seu criador, era novidade no cinema. Um filme narrado numa flexão ambígua que se situaria entre a primeira e a terceira pessoa do singular. Não realmente o "eu" de uma biografia, tampouco o "ele" de uma ficção.
Ainda hoje, trata-se de um objeto sui generis.Autobiográfico: Fellini conta a história de Guido, cineasta em crise, em meio às suas lembranças de infância, sua relação com as mulheres e a religião.Fantástico: sonho e realidade se entrelaçam, os cenários apresentam-se banhados em luz, em meio às sombras ou envoltos em névoa, os personagens que habitam a fantasia e a memória de Guido misturam-se aos personagens "reais".Auto-referente: há um filme a ser feito e Oito e meio constrói-se a partir dessa necessidade, encerrando-se quando, por fim, Guido encontra a resposta para a sua angústia.
Talvez essa ambiguidade da narração ("eu" ou "ele"?) possa ser comparada a outra forma de cinema, a projeção do inconsciente. Oito e Meio começa com um sonho. No sonho, ensina a psicanálise, muitas vezes o "eu", multiplica-se, espelha-se no "ele". Depois, o filme volta a uma estrutura mais coerente, realista, condizente com uma descrição da realidade. Mas trata-se de uma coerência relativa. As situações muitas vezes são verossímeis, porém não são "razoáveis". Há uma confusão constante, um entrar e sair incessante, em meio a imagens quase oníricas, como as sequências nas termas. A isso misturam-se as lembranças de Guido e suas fantasias, numa espécie de devaneio, de sonhar acordado. Ou seja, Oito e Meio começa com um sonho e continua como um sonho.
É nessa relação subjetiva ao eu – lembranças, fantasias, culpas, angústias – que o filme se constrói e fascina. Ao dar de certa forma voz ao inconsciente, o filme de Fellini vem carregado de uma incrível força criativa, de uma energia vital que o perpassa. O que poderia ter sido apenas um vaidoso ego-trip é um dos mais belos filmes sobre a angústia do criador, a difícil relação entre o artista e a sua arte. Para retomar uma frase de Raymond Bellour: "Oito e Meio está entre os filmes que permitem saber melhor o que é o cinema, portanto, o que é uma obra de arte e o homem que a cria".
Oito e Meio é pura lição de cinema, como Um Corpo que Cai de Hitchcock ou Terra em Transe de Glauber Rocha. A forma que Fellini dá a essa voz do inconsciente é o que faz o filme erguer-se acima de uma simples historieta. No trabalho da imagem, na beleza de um preto e branco levado ao limite de suas possibilidades expressivas e no uso dos movimentos de câmera. No trabalho sutil do som. Este filme demonstra todo o potencial expressivo do uso da dublagem. Técnica sistematicamente utilizada pela escola italiana, a dublagem sempre foi criticada pela artificialidade dos sons obtidos em estúdio, pela impostação das falas, etc. Aqui, é justamente essa falta de realismo que Fellini explora para dar tessitura onírica ao filme. As vozes parecem sussurradas ao ouvido, há uma curiosa distância entre a voz e o corpo que supostamente a emite. A proximidade da voz, principalmente a de Mastroianni/Guido/Fellini, é talvez o principal veículo para entrar nessa impressão de total subjetividade, de devaneio pessoal ao qual o espectador se identifica.
O filme que Guido quer realizar não acontece, porém vai se desenhando aos olhos do espectador uma espécie de auto-retrato cubista, cada faceta abordando um ângulo diferente da personalidade de Guido/Fellini. E o filme de Fellini, este sim, vai nascendo assim, se construindo aos poucos nessas facetas, de maneira lúdica, livre. Há um tremendo risco nessa tentativa retratar um filme se fazendo. É um caminhar na corda bamba, a qualquer momento pode-se perder o fio, a tensão, o propósito, a coesão e em vez de um retrato obter uma colcha de retalhos. Oito e Meio consegue chegar até o outro lado do abismo, e saímos do filme cheios de entusiasmo, esse mesmo entusiasmo que Guido reencontra, pois fizemos parte da travessia.



Por: Carim Azeddine



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ABISMO E INQUIETAÇÃO

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18:41

Na poesia, o sonho corre desenfreiado além de mim,

véus e curvas rondam as rodas do infinito,

qualquer lágrima é transformada num coliseu revisitado

num ritual solitario,

o mundo é uma cinematografia asimetrica,

seus personagens sao gotas banhadas no vulcao do tempo,

no campo de batalha dos meus pensamentos,

eu morro inumeras vezes antes de voltar para casa,

no teatro mais sincero da minha percepção

eu procuro-me como o personagem invisivel

que recusa-se a entrar em cena,

nao é justo recolher-me toda a vez que vejo uma faisca de fracasso,

sou um acrobata que faz celebraçoes num abismo esquizofrenico,

minha memoria é uma fotografia em preto em branco,

minhas maõs covardas se entrelaçam numa nuvem de horizontes,

meurs amores no fundo,

sao apenas paisagens de um universo inalcançavel,

no sonho, a poesia corre se esculpindo alem de mim,

traçando meu caminho paralelo aos oceanos,

qualquer duvida, sou aquele que fugiu num cometa de desolaçoes

mas que voltará em breve,

aos maoes tocam os rostos como se fossem outras maos,

no delirio de uma dor intranspasavel febre a retina,

no teatro magico de uma rua;

olhares viram bocas mstigando minha alma,

chego cuspido no embiente de trabalho

e ainda resta-me o abrigo das obriagaçoes inviolaveis,

no fundo todos nós somos versos,

no fundo a maior mentira é quando nao ha poesia,

no fundo nao é preciso fugir da solidao,

ela te abandona quanto tu nao queres mais te abandonar,

no final do dia fecha-se as cortinas e abre--se o crepusculo

e desse movimento nasce eu

depois de ser a sombra do dia,

na noite vasculho fronteiras,

esse poema escrito na hora horizontal do dia...

é apenas um abismo, uma inquietação,

apenas uma inquietação,

um abismo,

um abismo inquietante

uma inquietaçao abismal,

uma abismo de inquietação

ou uma inquietação de abismo?
By: João Leno Lima

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SEPARAÇÃO MOLECULAR

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18:01
Quando as luzes do sonho se apagaram como uma paixão inicialmente muda, como quando atravesso o caminho obscuro de mim mesma e encontro com as mágoas infantis coaguladas dispersas em nós subterrâneos com dimensões crepusculares e nunca consoláveis...
Perdi o mundo como a vida perde a inocência e anoitece deixando tudo irrecuperável e a existência com a boca cheia de cacos e restos de cotidiano que sabem seu destino em um horizonte sempre entardecendo na goela mágica e multicolorida que se contrai como quem fundamenta o suicídio.
O poema se perdeu nos labirintos da hora e nas palavras que se repetem e no dejavú da página em branco esperando ser fecundada como uma desconhecida que supera a si mesma e está esgotada de se percorrer e perder a força, perder o sentido, perder-se em seu próprio vazio... É quando a sensibilidade dá os braços ao desequilíbrio fragilizada por ter envelhecido anos luz além de suas possibilidades que acima de qualquer coisa não se sente, não se fere nem se afaga apenas vagueia no mar impenetrável da consciência cardíaca de alguém que percebeu a si e não contava com a angústia desproporcional ao seu corpo.
Neste momento, até a dor se perde e os instantes não se descuidam de coisa alguma e suponho que perdi teu afeto também, mas o acaso me entrega boletins que matematicamente apostam na manhã completamente subjetiva e fisicamente os olhos abrem a biologia desperta os membros rastejam fora da cama cruel da madrugada a luz do imprevisível alimenta os olhos da alma antes de maltratar, antes de mostrar o inevitável, antes de assustar, antes de deixar tudo só, tudo inalcançável dentro de si e além como as nuvens que não tocam o oceano, mas estão sempre pertos em paralelas tempestuosas até se desfazerem em partículas inimagináveis no infinito.
O distante da mente espera o sol, espera ser soterrado de luz e calor todos os dias, as cartas esperam respostas, a sensação acontece horizontal e não se pode querer mais do Universo do que sentir, a intensidade é o abismo de ambos.
O sonho é toda realidade, um pensamento que se alarga iluminado e também se perde, um poema interminável que tece sua teia com fios imaginários e pontos possíveis por todo o tempo, mas este sonho jamais cruzaria as pontas aéreas da dor real, não há coexistência para estes mundos. O sonho espera terminar entre anjos e eternidade, espera nascer depois que a dor termina ou depois que todos se descuidam e o sentido se desfaz dentro de sua própria estética, depois do palácio das palavras não ditas, abaixo de cada inalcançável particular, do lado esquerdo da minha alma, dentro do furacão das horas, em cada molécula da vontade, acima da repetição dos pensamentos, por entre as pernas impossíveis do absoluto e desde o primeiro poema imaginadoejaculado dos confins obscuros de alguma alma atormentada que também se perdeu antes destes versos.
Em que fração de segundo as mãos da infância se desprendem da ternura e se abandonam na selva insensível das previsibilidades? Quando o silencio chega ao litoral inabalável do coração? O amanhã sabe das portas inacessíveis que deve arrombar para poder escapar de seus fantasmas aniquiladores com chaves irreais, em assombrações interiores jamais vistas para que seu sol não se perca e para o luar impiedoso possa cruzar as fronteiras medonhas da noite que seduz o pensamento a uma embarcação desconhecida com um oceano feroz fazendo constelações com suas próprias lágrimas e para jamais cambalear para o redemoinho secular com fundo falso do amor, o núcleo de abismo e naufrágio da espera sem par com a tontura das sensações crescentes até o desespero no pátio das emoções e o cair de máscaras involuntariamente depois de três princípios o pensamento desaba de cara no chão e no ponto de todas as coisas se perde.
A nascente do dia não tira nada do seu lugar a manhã chega ao cais da vida e observa o mundo funcionando com olhos onde a noite foi sepultada e todas as torturas acendem suas luzes para o breu da minha covardia o Cosmo afunda proporcionalmente em mim a instabilidade dos sentimentos que antes de terminar já estão perdidos.

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TRANSCRIÇÃO ESTRELAR

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17:37
Hoje não quero maltratar minhas notas conclusivas do tempo;
Não quero desaparecer na imaginação monstruosa dos acontecimentos;
Não quero nos meus seios as mãos grosseiras da dor nem os fantasmas da percepção vagueando pelas ruelas crepusculares da minha voz, interceptando o sentimento e a vida como um guarda metafísico cumprindo a burocracia urbana.
Dispenso a boca enorme do medo que destrói a força e me deixa neste estado de alimento em digestão do mundo esperando para ser defecado liquidamente pelo cu do Universo e sempre me escarra insultos e humilhações abstratas, porém não deixo de desejar te-la entre as pernas da minha libidinosa galáxia pois gostaria de acalma-la em sufocamentos profundos.
Não deixarei as bruxas mal amadas da insegurança sussurrarem ao meu ouvido os depoimentos de incerteza e sofrimento obscuro entalados na garganta inflamada do caos que lateja como um batimento cardíaco infantil na assustadora gruta trágica da lágrima dependurada nos cantos imaginários da existência e sempre goteja e não termina e sempre maltrata e encharca as flores dos sonhos quando estão em suas primaveras querendo desabrochar na película sensível da minha alma... Agora acreditarei no sol, o bom sol que salvará meu peito do inverno escuro e tristonho e fará luz nos quartos sombrios da minha verdade quando a cara da poesia estará na janela esperando a iluminação das palavras no momento que Ginsberg esteja digno para a chegada do poema, no momento em que Mardou espera estar aquecida, no momento das cartas de amor saltarem para dentro das portas da realidade, no momento em que os poetas serão condenados no tribunal do Cosmo à Eternidade dos sentimentos.
Quero a luz da liberdade interior para preencher o meu vazio, para curar a cegueira psicológica que me faz tropeçar para os abismos da concordância e me faz confundir a intenção de todas as coisas, me faz ser atropelada pelos carros do cotidiano nas pistas surrealistas de horizontes inalcançáveis das coisas mais simples, me faz ridícula perante todos os rostos sociais que riem e me assombram toda noite antes de dormir apontando dedos fascistas e obscenos por todo meu corpo nu como uma tortura greco romana em cenas de ficção científica.
Todo o transe energético percebido por detrás dos olhos inebriados da noite que rompa os portais ultrapassados de si mesmo e alcance o terreno abandonado na periferia do cérebro e construa edificações astrológicas com muralhas musicais dentro de mim para que eu possa compor a canção tema do drama em miniatura da mais inominável das imagens fragmentadas do mural dos sonhos abandonados e desejos sem pontos de exitação.
Mas não quero cantar o fracasso da estética cheia de fraturas das manifestações murchas do meu oceano interno nem molestar as crianças lunáticas da existência com o grunido cheio de cos e tentáculos maníacosda voz da tristeza e decepção pois elas devem respirar longe deste ar com oxigênio mortífero que asfixia os sentidos eafunda os rostos das emoções em travesseiros suicídas.
Quero terminar esta ode despertica de depoimentos vomitados por um estômago nausedo pelas amebas do cansaço e dedos sujos de vísceras mundanas na garganta e poder envenenar todas as doenças da alma uma a uma e deixar esta dor tirana se arrastando agonizando pelos corredores da desistência onde já me esfreguei por tantas vezes sentindo as dores cheias de furacões cósmicossecos que desejam beber a fonte apoteótica do profundo de nós mesmos. Me recuso a servir de alimento para as ratazanas fantasmagóricas da consciência pois a vida me satisfaz e a poesia é o vinho nas veias da minha percepção uivante.
Hoje não me importo com a tragédia da alma.

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Nuvens

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15:48



No dia triste o meu coração mais triste que o dia...

Obrigações morais e civis?

Complexidade de deveres, de consequências?

Não, nada...O dia triste, a pouca vontade para tanto...Nada...

Outros viajam (também viajei), outros estão ao sol

(também estive ao sol, ou supus que estive)

Todos têm razão, ou vida, ou ignorância simétrica,

Vaidade, alegria e sociabilidade,

E emigraram para voltar, ou para não voltar,

Em navios que os transportam simplesmente.

Não sentem o que há de morte em toda a partida,

De mistério em toda a chegda,

De horrível em todo o novo...

Não sentem: Por isso são deputados e financeiros,

Dançam e são empregados no comercio,

Vão a todos os teatros e conhecem gente...

Não sentem: para que haveriam de sentir?

Gado vestido dos currais dos Deuses,

Deixá-lo passar engrinaldo para o sacrifício

Sob o sol, alacre, vivo, contente e sentir-se...

Deixai-o passar, mas ai, vou com ele sem grinalda

Para o mesmo destino!

Vou com ele sem o sol que sinto, sem a vida que tenho,

Vou com ele sem desconhecer...

No dia triste o meu coração mais triste que o dia...

No dia triste todod os dias...No dia tão triste...



o Mestre Álvaro de Campos

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A NEUROECONOMIA

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15:39

De: Robert Anton Wilson


A sociedade deriva do sexo, das relações reprodutivas. Enquanto unidades de trabalho, os primeiros bandos tribais humanos mantiveram-se unidos pelos laços entre casais e grupos mamíferos (as emoções impressas de afeição e confiança). No centro, o eixo central, encontrava-se a ternura orgásmica – ato partilhado, no acasalamento, do amor genital. Dele irradiou a ternura “sublimada” da relação entre pai e filho, irmão e irmã, e tios, tias e avós, toda a “família alargada”, ou bando caçador/coletor de alimentos. O Estado conquistador, e a subseqüente fissão da sociedade em classes distintas de privilegiados e carentes, criou a pobreza. Enquanto instituição humana, a pobreza deriva da conquista, da formação de governos (o bando guerreiro invasor que ficava para reger as suas conquistas) e da instituição de “leis” perpetuando a divisão classista entre Invasores e Invadidos. Como qualquer outro primata, o ser humano contém circuitos neurogenéticos prontos para serem impressos por laços de casal e laços de bando. O objetivo evolucionário destes laços continua a ser classicamente mamífero: assegurar a biossobrevivência e o status do bando, além de programar a maioria das sementes com os comportamentos heterossexuais-reprodutivos necessários à sobrevivência do bando, o que assegura por sua vez a biossobrevivência das gerações futuras. A ascensão do Estado conquistador, o Estado feudal, e eventualmente do Estado capitalista moderno, minou e subverteu progressivamente os laços tribais de bando (“a família alargada”). Na nação capitalista mais avançada, os EUA, restam muito poucos destes laços tribais. Muito poucos cidadãos americanos se deterão para dar boléias ou esmolas aos pobres, não confiando sequer nos vizinhos. A maioria nem sequer conhece os vizinhos. Os comportamentos normais de bando, como a confiança, a solidariedade, a afeição, etc., passíveis ainda de serem encontrados nas nações feudais, encontram-se aqui atrofiados. A raiz das célebres “anomias”, “ansiedades”, “alienações”, etc., da sociedade capitalista encontra-se nesta ausência de normais laços de bando. Falando em termos etológicos, os circuitos onde normalmente são impressos os laços de bando sobrevivem ainda. (Poderíamos exprimir o mesmo pensamento em linguagem psicológica dizendo que a necessidade de assegurar a biossobrevivência se mantém ainda). Esta constante mamífera deve ser satisfeita, e numa sociedade abstrata essa satisfação torna-se também abstrata. Na sociedade capitalista, o dinheiro de papel torna-se a impressão da biossobrevivência. William S. Burroughs comparou o capitalismo ao vício da heroína, assinalando os terríveis paralelos: o junkie precisa de doses regulares; o cidadão capitalista precisa igualmente de receber injeções regulares de dinheiro. Se não tiver droga, o viciado transforma-se num feixe espasmódico de ansiedades; se não tiver dinheiro, o cidadão capitalista atravessa um trauma de carência em tudo semelhante. Quando a droga escasseia, os junkies comportam-se de forma desesperada, chegando ao ponto de roubar e mesmo matar. Se o dinheiro escasseia, o cidadão capitalista também é capaz de roubar e matar. Segundo o dr. Timothy Leary, as drogas opiáceas funcionam como neurotransmissores do circuito da biossobrevivência, isto é, ativam as redes neuronais relacionadas com os laços mãe-filho. (Em termos de psicologia freudiana pré-neurológica, o junkie regressa ao êxtase infantil no regaço da Mãe Ópio). Numa sociedade desprovida dos normais laços mamíferos de bando, o dinheiro é sujeito a uma impressão semelhante, através do condicionamento, sobre os reflexos infantis, de uma série de associações aprendidas. O cidadão capitalista aprende neurologicamente que dinheiro equivale a segurança e falta de dinheiro equivale a insegurança. Muito cedo na evolução hominídea, a ansiedade da separação infantil (o medo de perder a Mãe toda-importante) generalizou-se à ansiedade da separação tribal. Quem fosse expulso da tribo por comportamento delinqüente ou anti-social experimentava verdadeira ansiedade de biossobrevivência. (Em condições primitivas, uma tribo possui uma capacidade de sobrevivência muito superior à de um indivíduo só. À época, o ostracismo significava geralmente a morte, assim como o ostracismo da mãe pode significar a morte da criança.) Já que, na sociedade capitalista, o dinheiro substituiu a tribo, a maioria dos cidadãos imprimiu no dinheiro as emoções mamíferas tradicionalmente associadas aos laços de sobrevivência filho-mãe e dos bandos individuais. Esta impressão é mantida por associações condicionadas criadas por experiências de privação real. Nas sociedades capitalistas, antes de surgir a segurança social as pessoas morriam mesmo, e em grande número, por carência de dinheiro; ainda hoje isso sucede ocasionalmente entre os muito ignorantes, os muito tímidos ou os muito velhos. (Por exemplo, há alguns anos, um casal idoso da cidade de Buffalo morreu congelado no mês de janeiro, quando a companhia local lhes corou o aquecimento por falta de pagamento da conta de eletricidade.) A observação, que fazem os europeus, de que os americanos são “loucos por dinheiro” significa simplesmente que a abstração capitalista e o declínio da tribo se encontram mais avançados aqui do que nos estados capitalistas europeus. Carente de dinheiro, o americano vagueia como um lunático possesso. A “ansiedade”, a “anomia”, a “alienação”, etc., vão crescendo exponencialmente, reforçadas por reais privações de segurança. Nas sociedades menos abstratas, os pobres partilham os laços de bando e “amam-se” uns aos outros (a nível de aldeia). Carentes de quaisquer laços de bando, e viciados apenas em dinheiro, os americanos pobres odeiam-se uns aos outros. Isto explica a observação paradoxal, que muitos comentaristas fizeram, de como nas sociedades tradicionais a pobreza conserva ainda a sua dignidade e mesmo algum orgulho, mas surge na América como desonrosa e vergonhosa. Na realidade, os americanos pobres não se odeiam apenas uns aos outros; freqüentemente, e talvez em geral, eles odeiam-se a si próprios. Esses fatos da neuroeconomia encontram-se de tal forma carregados de dor e embaraço que a maioria dos americanos se recusa pura e simplesmente a discuti-los. O puritanismo sexual do século XIX transformou-se no puritanismo monetário. Pelo menos entre o terço mais avant da população, as pessoas conseguem falar muito explicitamente sobre as vertentes fetichistas das suas impressões sexuais (“Sinto-me pleno quando uso a roupa interior da minha mulher”, ou coisas do gênero), mas uma fraqueza equivalente sobre as nossas necessidades monetárias faz gelar a conversa, podendo mesmo esvaziar a sala. Por detrás do embaraço e dor superficiais encontra-se o terror mamífero máximo: a ansiedade da biossobrevivência. A mobilidade das sociedades modernas faz aumentar ainda mais esta síndrome de ansiedade monetária. Durante a depressão dos anos 30, por exemplo, muitas mercearias e outras “lojas de esquina” permitiram aos seus clientes a acumulação de grandes contas, por vezes durante meses a fio. Este procedimento baseava-se nos últimos farrapos dos tradicionais laços tribais e no fato de, nessa altura, há 40 anos, quase toda a gente das mesmas redondezas se conhecer. Hoje isso não aconteceria. Vivemos, como diz um romance, “num mundo cheio de estranhos”. No primeiro capítulo de The Confidence Man, Melville contrasta o “fanático religioso” que carrega um cartaz dizendo “AMAI-VOS UNS AOS OUTROS” comos comerciantes cujos avisos dizem “NÃO FAÇO FIADO”. A idéia desta ironia era fazer-nos refletir sobre a inquieta mistura de cristianismo e capitalismo na América do século XIX – cristianismo esse que, como o budismo e as outras religiões pós-urbanas, parece ser em grande medida uma tentativa, a nível místico, de recriação dos laços tribais no seio da era “civilizada” (isto é, imperialista). A segurança social representa a tentativa de falsificação desses laços por parte do Estado (de forma mesquinha e paranóica, de acordo com o espírito da lei capitalista). O totalitarismo surge como a erupção, possuída de fúria assassina, da mesma tentativa de converter o estado num nexus tribal de confiança mútua e apoio à biossobrevivência. Quando a filosofia libertária surgiu na América, ela representava duas tendências principais, que os libertários modernos parecem ter esquecido – imprudentemente, caso se provar a justeza da análise acima feita. Refiro-me à ênfase na associação voluntária – a retribalização a um nível superior, através de objetivos evolucionários partilhados – e nas moedas alternativas. As associações voluntárias, ou comunas, desprovidas de moeda alternativa são rapidamente absorvidas pelo nexus da moeda capitalista. As associações voluntárias dispondo de moeda alternativa, abertamente declarada, são empurradas para os tribunais e destruídas. É possível que, tal como acontece em Illuminatus!, existam realmente associações voluntárias usando moedas secretas ou dissimuladas, a julgar por indícios ou códigos em algumas publicações libertárias de direita. Nas condições presentes, nenhuma forma de libertarianismo ou anarquismo (incluindo o anarco-capitalismo e o anarco-comunismo) pode competir eficazmente com o estado do bem estar social (welfare state) ou o totalitarismo. As práticas atuais do bem estar social resultaram de 70 anos de lutas entre liberais e conservadores, tendo estes últimos vencido a maioria das batalhas. O sistema funciona de modo a fazer crescer a síndrome do vício. O desempregado recebe uma pequena dose de dinheiro no princípio do mês, muito bem calculada para sustentar um averento extremamente frugal até por volta do dia 10 desse mês. Mediante a dura experiência, o beneficiário do bem estar social aprende a fazer render a dose até o dia 15, ou talvez mesmo até o dia 20. O resto do mês é passado sofrendo de aguda ansiedade de biossobrevivência. Como qualquer traficante ou condicionador comportamental sabe, este período de privação é que sustenta o ciclo todo. No primeiro dia do mês seguinte vem outra dose de dinheiro, e todo o drama recomeça. O rol de beneficiários do desemprego não pára de crescer, já que – apesar da maior redundância e ineficácia – a tendência do industrialismo continua a ser, como diz Buckminster Fuller, fazer-mais-com-menos e a tudo-tornar-efêmero (omni-ephemerize,[2]). A cada nova década, haverá cada vez menos empregos e cada vez mais pessoas dependentes do bem estar social. (Já hoje, 0,5 por cento da população detém setenta por cento da riqueza, deixando os outros 99,5 por cento para competirem violentamente pelo restante). O resultado final poderá muito bem ser uma sociedade totalmente condicionada, motivada apenas pelo vício neuro-químico do dinheiro. Para medir o seu progresso em direção a este estado, tente o leitor imaginar vividamente o que faria se amanhã todo o seu dinheiro e fontes de rendimento desaparecessem. É importante termos bem presente que estamos aqui a discutir comportamentos mamíferos tradicionais. Em pesquisas recentes, alguns chimpanzés foram ensinados a usar dinheiro. Indicam os relatórios que eles desenvolveram atitudes “americanas” normais para com esses ícones misteriosamente poderosos. A Pirâmide dos Illuminati, que vem impressa nas notas de um dólar, e similares emblemas “mágicos”, como a Fleur de Lys, a suástica, a águia bicéfala, estrelas, luas, sóis, etc., com que outras nações acharam por bem decorar as suas notas e documentos de estado, são intrínsecos à “fantasmagoria” do monopólio que o Estado detém sobre o maná, ou energia psíquica. Temos aqui dois pedaços de papel verde; um é dinheiro, o outro não. A diferença é o primeiro ter sido “abençoado” pelos feiticeiros do tesouro. O trabalhador capitalista vive num estado de ansiedade perpétua, em tudo semelhante ao do viciado em opiáceos. Originalmente, a segurança da biossobrevivência, a neuroquímica da sensação de segurança, encontra-se sempre ligada a um poder externo. Esta cadeia condicionada dinheiro equivale a segurança, falta de dinheiro equivale a terror é reforçada sempre que vemos alguém ser “despedido” ou vivendo na miséria. Psicologicamente, este estado pode se caracterizar como paranóia clínica de baixo grau. Politicamente, a manifestação deste desequilíbrio neuroquímico é conhecida por Fascismo: a mentalidade Archie Bunker(3)/Arnold Schickelgruber(4)/Richard Nixon. Como diz Leary, “A nossa vida social é agora dominada por restrições que o medo e a raiva impõem à liberdade (...). O medo e a violência restritiva podem tornar-se prazeres viciantes, reforçados por dirigentes esquizofrênicos e um sistema econômico que depende da restrição da liberdade, da produção de medo e do incitamento ao comportamento violento”. Na metáfora perfeita de Desmond Morris, o macaco nu comporta-se tal qual um animal de zoológico: a essência da experiência da jaula é o desespero. No nosso caso, as grades da jaula são as intangíveis regras impressas no jogo: os “grilhões forjados pela mente” de Blake. Somos literalmente o ceguinho que está a ser roubado. Abandonamos literalmente os nossos sentidos. O ícone incondicional, o dinheiro-símbolo, controla totalmente o nosso bem estar mental. Era aparentemente isto o que Norman O. Brown tentava explicar nas suas obras oculto-freudianas sobre a destruição da nossa “natureza polimorfa” (o êxtase natural do corpo) no processo de condicionamento do sexo sublimado (os laços de bando) em jogos sociais como o dinheiro. A Ressurreição do Corpo prevista por Brown só poderá acontecer através da mutação neurossomática, ou, como lhe chama Leary, engenharia hedônica. Historicamente, os únicos grupos que lograram libertar-se efetivamente da ansiedade do jogo social foram: 1) as aristocracias absolutamente seguras, livres para explorar os vários prazeres “mentais” e “físicos”; e 2) as comunas de pobreza voluntária, uma forma de retribalização alcançada através da pura força de vontade. À semelhança dos outros idealistas de Esquerda e de Direita, os libertários sofrem geralmente de uma dolorosa percepção do horrendo fosso que separa os seus objetivos evolucionários da presente e triste realidade. Esta sensação complica enormemente a resolução da sua própria síndrome de ansiedade monetária. Como resultado, virtualmente todas essas pessoas sentem uma culpa intensa relativa ao modo como adquirem o dinheiro necessário para sobreviver no mundo de macacos domesticados que nos rodeia. “Ele se vendeu”, “Ela se vendeu”, “Eu me vendi”, são acusações ouvidas diariamente em todas os grupos idealistas. Qualquer processo de “fazer dinheiro” expõe-nos automaticamente às vibrações culpabilizantes de uma das facções, da mesma forma que, paradoxalmente, nos livra de mais vibrações culpabilizantes oriundas da outra facção. O Catch-22 (5), a Ligação Dupla, O Princípio SNAFU (6), etc. não passam de extensões da ratoeira neuroeconômica básica: Não É Possível Viver Sem Dinheiro. Como concluiu Joseph Labadie, “A pobreza transforma-nos a todos em covardes”. Em última análise, existe um certo prazer em suportar a pobreza. É como o prazer de sobreviver ao desgosto e luto causados pela morte de um ente querido; o przer que sentia Hemingway em manter-se firme e continuar a disparar sobre o leão que carregava; o przer que sente o santo em perdoar aos seus perseguidores. Não se trata de masoquismo mas sim de orgulho: fui mais forte do julgava possível. “Não chorei nem desatei aos gritos”. Foi esta a alegria sentida por Nietszche e Gurdjieff ao ignorarem as suas doenças dolorosas para só escreverem sobre os estados “despertos”, ultrapassando todos os laços e emoções. A paranóia direitista sobre o dinheiro de papel (as várias teorias conspiratórias sobre a manipulação da oferta e a retirada de moeda) será sempre epidêmica nas sociedades capitalistas. Os junkies nutrem mitos do gênero sobre os traficantes. São alimentos autênticos, roupas autênticas e abrigos autênticos que são ameaçados quando o dinheiro é suprimido, ainda que por pouco tempo, assim como é autêntica a privação que ocorre quando o dinheiro é suprimido durante qualquer período de tempo. O macaco domesticado é apanhado num jogo de símbolos mentais, e a armadilha é mortal Existe uma espécie de prazer masoquista em analisar um assunto doloroso em profundidade, em todas as ramificações e complexidades dos seus labirínticos tormentos. Existe algo deste gênero subjacente à “objetividade” de Marx, Veblen, Freud, Brooks, Adams. Estes autores parecem querer assegurar-nos, e a si próprios também, que “Por pior que a coisa seja, pelo menos conseguimos enfrenta-la sem gritar”. “Só aqueles que beberam da mesma taça nos conhecem”, disse Solzhenitsyn. Referia-se à prisão e não à pobreza, mas as duas experiências assemelham-se enquanto castigos tradicionais para a dissidência. Enchemo-nos de orgulho por havermos conseguido suportá-los, caso consigamos sobreviver. Uma crença muito difundida sugere que a contracultura dos anos 60 foi espancada até a morte pelos bastões da polícia, rusgas antidroga e outros tipos de violência direta. A minha impressão é que a deixaram simplesmente morrer de fome. O fluxo de dinheiro foi cortado e, após privações suficientes, os sobreviventes treparam no primeiro salva-vidas capitalista que passou por perto. Jack London escreveu que o capitalismo tem o seu próprio céu (a riqueza) e o seu próprio inferno (a pobreza). “E o inferno é bem verdadeiro”, escreveu, baseando-se na sua amarga experiência pessoal. Se, na melhor das hipóteses, a paternidade é uma tarefa problemática, então no capitalismo ela se torna um trabalho de herói. Atualmente, quando o fluxo de dinheiro é cortado, o pai de família americano experimenta ansiedade múltipla: medo por si e medo pelos que o amam e nele confiam. Só o capitão de um navio que naufraga conhece esta vertigem, esta chaga. Sobreviver ao terror constitui a essência da verdadeira Iniciação. Porque os que vivem mais felizes são os que mais perdoaram e, como disse Nietszche, aquilo que não me mata, me torna mais forte. Publicado originalmente no boletim No Governor. 1. Este texto faz parte da coletânea de artigos reunida sob o título de The Illuminati Papers, tradução portuguesa: O livro dos Ilumunati, ed. Via Optima, de onde este foi retirado. R.A.W. assina aqui como Hagbard Celine. O capitão Hagbard Celine, para quem não sabe, é um personagem fictício dos romances da trilogia Illuminatus!, de Robert Anton Wilson e Robert Shea. Ele luta contra os Illuminati com seu submarino dourado. É uma espécie de Capitão Nemo discordiano e filósofo anarquista (Nota do Rizoma). 2. Neologismo de Buckminster Fuller (N. do Rizoma). 3. Archie Bunker é um famoso personagem conservador da sitcom americana All in the Family (N. do Rizoma). 4. Arnold Schickelgruber é um trocadilho com o nome do ator Arnold Schwarzenegger e o verdadeiro nome de Hitler, Adolf Schickelburger Hiedler (N. do Trad.). 5. Termo militar, nos EUA, cujo significado básico é: se há uma regra, não importa o que seja essa regra, há sempre uma exceção para ela. É uma espécie de misterioso mecanismo regulador que forma, em essência, um argumento circular (N. do Rizoma). 5. SNAFU é o acrônimo de Situation Normal All Fucked Up (Situação Normal Está Tudo Fodido), aludindo a uma situação de confusão e desorganização provocada por excesso de regulamentações e rotinas. (N. do Rizoma).Tradução de Luís Torres Fontes


Fonte: O livro dos Iluminati, Ed. Via Optima, Porto, 1999.

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