"10 estratégias de manipulação" das elites

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"10 estratégias de manipulação" das elites




ESTRATÉGIAS DE MANIPULAÇÃO POLÍTICA



O lingüista estadunidense Noam Chomsky, que se define politicamente como "companheiro de viagem" da tradição anarquista, é considerado um dos maiores intelectuais da atualidade. Seus estudos sobre gramática generativa tiveram enorme impacto na área da linguística, que ele considera um ramo da psicologia cognitiva. Seu trabalho magistral, "Syntatic Structures", publicado em 1957, não somente influenciou sua área de trabalho, mas diversas outras.



Entre outros estudos, ele elaborou excelentes livros e textos sobre o papel dos meios de comunicação no sistema capitalista. É dele a clássica frase de que "a propaganda representa para a democracia aquilo que o cassetete significa para o Estado totalitário". Como ativista político, manifestou-se contra a guerra do Vietnã e contra o processo de dominação imposto pelo sistema capitalista.

1- A estratégica da distração.



O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração

que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes

e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, mediante

a técnica do dilúvio ou inundações de contínuas distrações e de

informações insignificantes.



A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir ao

público de interessar-se pelos conhecimentos essenciais, na área da

ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da

cibernética. "Manter a atenção do público distraída, longe dos

verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância

real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado, sem nenhum tempo

para pensar; de volta à granja como os outros animais (citação do

texto "Armas silenciosas para guerras tranqüilas")" .



2- Criar problemas, depois oferecer soluções.



Este método também é chamado "problema-reaçã o-solução". Cria-se um

problema, uma "situação" prevista para causar certa reação no público,

a fim de que este seja o mandante das medidas que se deseja fazer

aceitar. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou se intensifique a

violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o

público seja o mandante de leis de segurança e políticas em prejuízo

da liberdade. Ou também: criar uma crise econômica para fazer aceitar

como um mal necessário o retrocesso dos direitos sociais e o

desmantelamento dos serviços públicos.



3- A estratégia da degradação.



Para fazer com que se aceite uma medida inaceitável, é suficiente

aplicar progressivamente, em "degradado", sobre uma duração de 10

anos. É dessa maneira que condições socioeconômicas radicalmente novas

têm sido impostas durante os anos de 1980 a 1990.. Desemprego em massa,

precariedade, flexibilidade, salários que já não asseguram ingressos

decentes, tantas mudanças que haviam provocado uma revolução se

tivessem sido aplicadas de forma brusca.



4- A estratégica do deferido.



Outra maneira de se fazer aceitar uma decisão impopular é a de

apresentá-la como sendo "dolorosa e necessária", obtendo a aceitação

pública no momento para uma aplicação futura. É mais fácil aceitar um

sacrifício futuro do que um sacrifício imediato. Primeiro, por que o

esforço não é empregado imediatamente. Em seguida, por que o público,

a massa, tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que "tudo irá

melhorar amanhã" e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Isto

dá mais tempo ao público para acostumar-se com a idéia de mudança e de

aceitá-la com resignação quando chegue o momento.



5- Dirigir-se ao público como crianças de pouca idade.



A maioria da publicidade dirigida ao grande público utiliza discurso,

argumentos, personagens e entonação particularmente infantis, muitas

vezes próximos à debilidade, como se o espectador fosse um menino de

baixa idade ou um deficiente mental. Quanto mais se intente buscar

enganar ao espectador, mais se tende a adotar um tom infantilizante.

Por que?

"Se você se dirige a uma pessoa como se ela tivesse a idade de 12

anos, então, em razão da sugestionabilidade, ela tenderá, com certa

probabilidade, uma resposta ou reação também desprovida de um sentido

critico como a de uma pessoa de 12 anos de idade (ver "Armas

silenciosas para guerras tranqüilas")" .



6- Utilizar o aspecto emocional muito mais do que a reflexão.



Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para causar um

curto circuito na análise racional, e por fim ao sentido critico dos

indivíduos. Além do mais, a utilização do registro emocional permite

abrir a porta de acesso ao inconsciente para implantar ou enxertar

idéias, desejos, medos e temores, compulsões, ou induzir

comportamentos…



7- Manter o público na ignorância e na mediocridade.



Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e

os métodos utilizados para seu controle e sua escravidão. "A qualidade

da educação dada as classes sociais inferiores deve ser a mais pobre e

medíocre o possível, de forma que a distância da ignorância que paira

entre as classes inferiores às classes sociais superiores seja e

permaneça impossíveis para o alcance das classes inferiores (ver

"Armas silenciosas para guerras tranqüilas")" .



8- Promover ao público a ser complacente na mediocridade.



Promover ao público o achar legal o fato de ser estúpido, vulgar e inculto…



9- Reforçar a revolta pela culpabilidade.



Fazer o indivíduo acreditar que é somente ele o culpado pela sua

própria desgraça, por causa da insuficiência de sua inteligência, de

suas capacidades, ou de seus esforços. Assim, ao invés de rebelar-se

contra o sistema econômico, o individuo se auto-desvalida e culpa-se,

o que gera um estado depressivo do qual um dos seus efeitos é a

inibição da sua ação. E sem ação, não há revolução!



10- Conhecer melhor os indivíduos do que eles mesmos se conhecem.



No transcorrer dos últimos 50 anos, os avanços acelerados da ciência

têm gerado crescente brecha entre os conhecimentos do público e

aquelas possuídas e utilizadas pelas elites dominantes. Graças à

biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o "sistema" tem

desfrutado de um conhecimento avançado do ser humano, tanto de forma

física como psicologicamente. O sistema tem conseguido conhecer melhor

o individuo comum do que ele mesmo conhece a si mesmo. Isto significa

que, na maioria dos casos, o sistema exerce um controle maior e um

grande poder sobre os indivíduos do que os indivíduos a si mesmos.



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