ATRAVESSANDO O PUNHAL

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Nos imensos blocos de gelo do destino vou perfurando o que parecia indivisível.
Como pude resvalar meus olhos na farsa das coisas passageiras
E esquecer a comunhão com os anjos-poetas?
Quem na quimera dos dias possuiu em si as imensidões necessárias?
Alegorias gigantes sendo derrubadas
Como elefantes voadores nos quatro cantos do momento.
Aves e aviões cruzando os braços nas passagens das tempestades primordiais.
Descobertas cientificas sobre mim mesmo.
Livros de cabeceira deteriorados pelas imagens obscuras.
Sou a condenação suprema do esboço de planetas em cada resquício salivador de medo...
A dissonância dos versos está no espírito e não nas palavras.
Sou apenas a partícula suprema de mim mesmo.
O espaço interior do poema
Como quem rege uma constelação de orquestras intimas
Cada um observa o sussurro do mundo de cada mundo interior.
Todos eles rodeiam o verso-sangue nas artérias invisíveis
Sob a respiração vazia dos pensamentos
Sob o rastro-mapa que apunha-la por dentro todos os rastro antepassados
Frio...
Sou o alcance do inalcançável
Congela-me deus!
Transpasso o invisível de mim e sangro multidões...







João Leno Lima
12-08-2009

Entulho Cósmico

Toda a palavra é um verso e todo o verso é um infinito

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