BECO SEM PALAVRAS

0
14:46

O mundo, atrevo-me a desabar sob seu olhar destilante.
O verme no meu peito carcomida as tintas dos meus poemas ocultos.
Sou parte significativa da matéria elementar.
O mundo envenena minha sombra com sabedorias passageiras,
Com controles remotos controlados em outros hemisférios.
Oh adolescentes em fúria atômica de medo e destino,
Quem poderá salva-los das lágrimas de vidro?
Crianças que gemem nuvens,
Fujam em embarcações lunares nas caldas de sagitário.
Bailarinos sonhos rodopiam abismais
E passo a desacreditar nos seres.
Goles na meia luz de gelo derretido nas costas do mundo
Que trepida...
Cavalos marinho no suor do meio dia.
Tubarões disfarçados vendendo doces nos túneis do ônibus.
Urubus desdenhando na volta do trabalho.
Cães farejando o invisível sentido nos passos.
O mundo, uma mulher arreganhada insensível as flores solares.
Mas poluída de sublimes memórias de auroras.
Sou parte das sensações desacontecidas.
Esse poema tem o gosto amargo das descoisas inenarráveis,
Este infiltrado pelos pequenos braços oceânicos no outro lado da porta de um mar desejado
Pelo trovoes arranhando as janelas de vidro interiores,
Na enchente mórbida na madrugada,
Numa orquestra de sussurros ouvidos até em outras dimensões,
Algemo minhas mãos nas asas do abismo
Enquanto descubro quem sou além do mundo interior.
Vou caindo existidamente caindo...












João Leno Lima
30 de Junho de 2009

Entulho Cósmico

Toda a palavra é um verso e todo o verso é um infinito

0 comentários: