REVERSA VISIBILIDADE

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O universo,
Me oprime.
Luzes oceânicas brotam lentamente,
Assim como Chaplin em o Grande ditador
Carregou o mundo nas mãos eu o carrego e o arremesso,
O universo,
Me oprime.
Grita o milésimo olhar transcendente
Abocanha arrancando o coração do acaso
Quantos acasos formam um universo?
O oceano se espatifa
Em pequenas gotas de lágrimas,
Minha cabeça gira pelas escadarias abaixo dos instantes,
Sou meu próprio livro do desassossego,
Assim como Allen Ginsberg subiu no topo do prédio da RCA
Subo ate as altas montanhas invisíveis do sentir
O que sinto?
Observo de longe a vasta multidão,
O cotidiano tem nas pontas dos dedos
O fio de cabelo da minha desolação cronometrada,
Eu, uma queda para cima.
Assim como Maldoror passeia com seu buldogue
Passeio com meus fantasmas pelos litorais crepusculares,
Sou o fumo esquecido na ultima respiração de Artaud,
Desintegro meu coração para que ele possa respirar,
Comprimo meu fôlego e entrego aos segundos,
Eles caminham mais acelerados
Por que eu caminho mais acelerado,
O universo me comprime
Eu comprimo o universo,
Nossa troca dissonante de musicas inesgotáveis
Embala o sono latejante dos poetas,
Na rua reencarno-me a cada passo,
Tenho a sensação de estar na bolha de um sonho,
No tentáculo arquitetônico do existir em si,
Assim como Withiman escreveu as folhas da relva
Na sua infinita eternidade,
Escreverei a folha de todos os instantes da alma humana
Em suas sensações eternamente finitamente infinita.





João Leno Lima

Entulho Cósmico

Toda a palavra é um verso e todo o verso é um infinito

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