O Concreto

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De repente Deus mandou a chuva ensurdecer-me.
Como Uma legião de galáxias desabrigadas pelo meu delírio.
Um longo túnel que leva ao labirinto íntimo.
Meu amigo ao pintar seus sentidos pinta a todos nós num sonho.
A poesia mistura meus sentidos.
Desvio-me de cada fragmento da chuva que pretende estraçalhar-me.
Sou o tempo que se esgota a si mesmo.
Lá fora a umidade da madrugada aliada
A escuridão das ruas entrelaçadas com
A passagem dos seres translúcidos que
Voltam para casa trazendo pequenos mecanismo esgotados de
Si funde-me comigo que
Espero a beleza da lua invadir com
Seus trompetes luminosos meu fôlego de
Noite mal dormida em teias solitárias...
Depois da chuva o silencio volta a dialogar calmamente...
Como uma criança que cansou de chorar da espera interminável.
Como o amigo-mago do destino açoitado pela matéria.
Há um piano com teclas do mundo debaixo dos meus pés.
Sou o sussurro do poeta da música na
Comunhão com seus ouvintes-cometas
Meu corpo ascende um cigarro espiritual onde
Consumo lentamente o infinito.
Desloco-me em direções interruptas e
Esse poema é a fabricação atemporal da temporalidade das horas.
Depois de engolir Andrômeda com a
Boca enorme de uma estrelar a
Rua vinte de abril parece mais o braço de
Alguma constelação perdida num confim espectral..
Sim, sou o guardador de rebanhos da eternidade.
Mesmo assim sangro abstrações.
Sangro cavernas intimam escondidas debaixo das pálpebras,
Medos confessados apenas nos ouvidos das paredes do quarto-cosmo.
Fracassos como barcos afundados numa profundidade oceânica,
Sinto-me a porta irreal que leva ao outro lado impenetrável.
Sinto-me o vidro invisível que separa os corpos nas ruas alvoroçadas.
Sinto-me o lateja mento do amante lutando contra o passado numa arena lacrimejante
Ou alguém que não pode mais ouvir a musica que entes embalava as memórias...



Canso de mim as vezes...
Canso...
De mim...
As vezes;;
As vezes...
Canso
As vezes acredito na ilusão solitária das horas mas
Logo a alma paira novamente planando em galáxias em galáxias...
Quando dei por mim
Deus já havia mandado a chuva embora lentamente
e
Fiquei com o silencio concretos dos segundos.
























João Leno Lima
08-04-09

Entulho Cósmico

Toda a palavra é um verso e todo o verso é um infinito

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