ODE A VIOLENCIA CONTRA OS SENTIDOS

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Pintura de Rene Magritte

Parto do principio que a arte é a valorização mais profunda da razão humana.
Substancia que deve permanecer atrelada profundamente em nossas mentes
Desde primeiros acordes da nossa infância,
A poesia como conseqüência transforma todo o átomo de palavra na revolução eternamente renascida de todos os sentidos expressados
Com todos os dizeres visíveis ou invisíveis de nossa alma.
A humanidade perdeu-se em algum caminho qualquer
Da própria consciência inconsciente
Engolida por suas razoes matematicamente idealistas
Engoliu os sonhos mais utópicos de existência
Dando espaço progressivamente para o individualismo capitalista e neoliberal e nos impondo com suas ideologias selvagens e entropofagicas a sua lei mutante que se materializa num cão devorador de sentidos,
Inventar novas saídas para a própria sobrevivência mágica do individuo e ou reiventar-se a cada metro quadrado enquanto se alastra o que nos destrói profundamente,
A arte para algumas almas é seu extinto de sobrevivência sua garantia
De respiração momentânea seu ar puxador como desesperadora
Atitude humana seu grito indivisível e mesmo invisível engole o visível
E o próprio invisível,
Em todos os quatro cantos essa profusão cataclismatica
É a união da matéria viva com sua subconsciência arrebatadora ela jamais deixara de fluir nos corações trasbordantes que mesmo que seu espaço
Sensorial e físico não seja dado,
Ela infilutra-se pelos azulejos da câmara dos deputados, debaixo da porta das secretarias de cultura pelos tubos de ventilação do senado pela frechas imperceptíveis dos mictorios da prefeitura pelos corredores que fedem a fracasso politicamente correto e estupidez inanimada que assalta os cofres públicos de nossos sonhos mais sublimes, ela envolve num nó inconseqüente e renasce num ambiente mais transcendente, como numa praça publica mesmo desarticulada, nas casas de vidro que apenas habitam seres envidraçados morrendo de fome, nas panelas de pressão que evaporam o absoluto, nos pratos de comida.
Se tornando o impossível cotidiano,
A poesia invade todos esses portais que banqueteiam o futuro o presente o inalcançável passado, mostrando que a humanidade não veio apenas para respirar seu próprio eco asfixiado ou para amamentar seus filhos pelos porões dos corredores dos hospitais cheios de filas que vão ate o outro lado do mundo ou param serem mortas com armas de fogo trazidas das goelas dos que também sofrem uma dor paralisante transformada em violência que vagueia pelas artérias poluídas de chumbo e ácido vulcânico de inércias ou para comprar ternos importados dos mundos exteriores tirados dos bolsos paralíticos da multidão,
Que a humanidade não veio para servir de curral apocalíptico de fantasmas da própria mascara, não veio para transformar seus sonhos mil vezes sonhados em mero devaneio de quem não pode trabalhar no comercio.
A humanidade é a união de todos os sentimentos entrelaçados com toda a metafísica e transcendência inesgotável em camadas e camadas de desejos inexploráveis, não pode ser apenas dizer “sim” e “não” em seus olhos funebrimente futuristas e deitarem suas cabeças latejantes nos seus travesseiros puídos de tristeza e conformismo petrificado,
Faz-se poesia se faz arte se faz seres que se fazem inadequados marginais do mundo dos que apenas vieram para serem conquistados se faz poetas e loucos sonhadores que passeia pelas extremidades de si mesmo como exemplo que qualquer um de nós pode passear pala extremidade de si mesmo, mesmo se for colocado uma corda metálica no pescoço mesmo que se for colocado uma camisa de força de leis e ordens e censuras disfarçadas e senso comum vindos de algum lugar menos das nossas próprias visões existenciais, mesmo que seja imposta em nossa conduta pequenos hologramas explicando que não podemos ser nós mesmos para não afetar a ordem das coisas, pequenas cartas escritas na televisão nos explicando como o mundo é e tem que ser, e que mesmo se fizermos barulhos e sinfonias de bolso apenas estaremos delirando como piratas num mar desconhecido porem a arte veio para salvar o mundo mesmo que ele despreze da sua ajuda incansável a arte veio para engolir os seres escondidos em si mesmo que de braços cruzados vem a criança brincar na borda do abismo de sua sensibilidade sonhadora,
E se tornar a deformação catatônica da falta de identidade consigo mesmo e se sues anseios ancestrais e intermináveis
A poesia mesmo amordaçada renasce eternamente e seus vastos campos têm a força de mil gritos se multiplicando tem a força da união de todas as asas tem a força da união de todas as mãos tem a força dos cinco sentidos visionários e sua decretada morte é apenas o único sonho que jamais verá a luz.








Uivo

Entulho Cósmico

Toda a palavra é um verso e todo o verso é um infinito

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