Elliot Smith

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Em 21 de Outubro de 2003 o mundo da música perderia um dos seus grandes compositores contemporâneo, enfiando uma faca no peito um viajante solitário com seu violão dilacerante capaz de nos arrebatar com suas melodias lagrimejantes partiria não só a si mesmo mas nós como um todo. Steven Paul Smith, ou melhor, Elliot Smith, o "Bob Dylan da década de 90". O Americano de Portland lançaria em 1994 o seu primeiro disco “Roman Candle” e deixou cinco belos álbuns recheados de texturas melancolicamente poéticas baseada em sua voz inconfundivelmente frágil e seu violão sussurrante.
Em 1997 lançaria uma de suas grandes obras prima o soturno Either Or e no mesmo ano concorreria ao Oscar como melhor canção incluída no filme Gênio Indomável com a musica Mss Misery, Either Or possui toda a gama de texturizaçoes folks de Elliot, um álbum minimalista onde Elliot mostra que precisa de pouco para emocionar, como Speed Trids que adentra-nos com seu violão constante e Elliot cantando em tom sublimemente grave quase como se fosse um grande segredo que poucos podem saber ele confessa "estou correndo distancias permanecendo parado, correndo distancias permanecendo parado" em Alameda ouvimos ao longe uma pequena vocalização uivante e Elliot falando sobre alguém que através dos seus erros partiu o seu próprio coração, a beleza dos dedilhados mistura-se ao ambiente entrecortante da voz de Elliot "ninguém partiu o teu coração você o próprio partiu" já em Between The Bars um violão saído do limbo mais assustador de algum poeta arrebata-nos pela carga de melancolia delicadamente bem dosada e Elliot nos convidando "Beba comigo agora e esqueça toda a pressão do dia" síntese de toda a sinceridade melódica Elliot ainda confessa "beba mais uma vez e eu vou te fazer minha e a manterei profundamente no meu coração" uma das grandes perolas de toda a sua discografia. Either Or vai avançando e Elliot canta dispersamente dentro de profundidades agonizantes em No Name #5 o violão indiscuitivalmente Elliotiano rasga-se de tristezas e memórias dilacerantes e como diz o poeta "tive um segundo só com a chance que deixei passar e no fim tudo se foi..." certo equilíbrio intimo é momentaneamente restaurado em Rose Parade, as frases de violão são cúmplices de um Elliot que machuca pela sinceridade visceral de sua voz, cordas e versos "...e quando limparem as ruas eu serei o único lixo deixado para trás" Angeles é sem duvida uma das grandes canções da década de 90, os dedilhados de violão paracem sair do âmago de toda a profundidade do mundo e Elliot canta confessionalmente sobre o anjo que tentamos encontrar em cada uma de nossas vidas como consolo para nossa alma Either Or vai encerrando sua jornada como um álbum perfeito para instantes intropesctivamente frágeis, detalhes sendo consumidos e corações sendo escavados e corações rasgados como feridas expostas pela noite, memórias como "Rachaduras ocultas que não se revelam mas que constantemente se alargam" em Say Yes, Elliot tossi e guarda certo silencio e com calma vai nos entregado sua ultima pérola entre um violão apaixonante e uma melodia feita de nuvens embaladas pela voz que hoje deve estar ao lado de Jeff Buckley, Nick Drak e Renato Russo num lugar sublime assim como sua musica, "Fui mandado embora e nunca mais retornarei " só em nossas almas como que "Procurando pelos braços de alguém para mandar para longe as feridas do passado" esse foi e é o eterno Elliot Smith “Anjos, me respondam, Vocês estarão por perto se a chuva cair?”
Por: João Leno Lima

Entulho Cósmico

Toda a palavra é um verso e todo o verso é um infinito

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