Adeus Erland Josephson…

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A notícia da morte foi comunicada por um porta-voz do Real Teatro Dramático da capital sueca, onde Josephson foi actor e também director artístico (sucedendo a Bergman) durante uma década, entre 1966-75.
Foi, de resto, no palco que Erland e Ingmar se encontraram, nos anos 40 – numa encenação do segundo de “O Mercador de Veneza”, de Shakespeare, segundo a biografia da Associated Press.


Actor amador sem qualquer formação técnica ou profissional específica, Erland Josephson, que nasceu a 15 de Junho de 1923 na capital sueca, continuou a trabalhar com Bergman nos palcos e depois também no cinema e na televisão – a sua primeira presença no ecrã acontece em 1946, com “Chove no Nosso Amor”. Depois, foram praticamente seis décadas de colaboração e cumplicidade, que o grande ecrã exibiu em todo o mundo, em dezena e meia de títulos que marcariam também a história do cinema: “A Hora do Lobo” (1968), “Lágrimas e Suspiros” (1972), “Cenas da Vida Conjugal” (1973), “A Flauta Mágica” (1975), “Sonata de Outono” (1978), “Fanny e Alexandre” (1982), “Saraband” (2003), para só lembrar os mais notórios.

Para além de Bergman, Josephson deu também corpo e voz (a sua voz inconfundível) a filmes de Andrey Tarkovsky (“Nostalgia”, 1983; “O Sacrifício”, 1986), Liliana Cavani (personificando Friedrich Nietzsche em “Para Além do Bem e do Mal”, 1977), Dusan Makavejev (“Montenegro”, 1981), Philip Kaufman (“A Insustentável Leveza do Ser”, 1988), ou Peter Greenaway (“O Livro de Prospero”, 1991).


Fora dos palcos e do plateau, Erland Josephson escreveu contos, peças de teatro, poesia. Dirigiu o Real Teatro Dramático da Suécia e presidiu ao Instituto de Cinema do seu país.

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