Esculpindo o limiar inexplorado

0
10:53

 

Num profundo ato sobrehumano despenco da razão
e abraço a realidade múltipla.

Com dois pés de aço e gesso deixando pequenos escritos
que logo se apagarão nas fantasiosas relações da manhã,
me apego ao redemoinho na rua Claudio Barbosa
e elevo meu olhos ao gigante de braços abertos da inércia,
planejo ser espiritual até os ossos nas próximas horas,
quero desvendar os mecanismos do mundo,
nao aceito a insatisfação material
mas aceito pequenos goles de bondade.

Nas margens casais brigam nas bordas do tempo,
minha chefa faz cálculos que só terminarão em um milhão de anos,
os mesmo olhos que observam o poema
observam o fluxo cotidiano,
a leitura é a mesma,
só muda o posicionamento das palavras,
e em certo momento nem as palavras...

Ah poetas e loucos,
Escrever mais um poema é possuir a alma do tempo em plenitude.
O dialogo com o mundo é uma catástofre de inclusões,
uma bomba que precisa ser desarmada nas horas que não voltarão,
um nó que asfixiou as outras vidas possíveis do amanhã,
um ato profundo precisa ser vivido nas próximas páginas do poema que escreves a cada dia...

Um ato dentre intermináveis atos possíveis...

 

 

 

 

cYbernic
28-12-11

Ao som do disco “The Bends” (Radiohead – 1995)

Entulho Cósmico

Toda a palavra é um verso e todo o verso é um infinito

0 comentários: