Reflexão sobre a música mais popular do Pará

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Por: Cybernic

O universo da música popular é vasto. Em todos os lugares da grande globo, há dignas e interessantes manifestações culturais envolta na música e nas artes de um modo generalizado.

especificamente, no Pará, nos ultimos anos, cresceu de forma mais clara (chegando a outras regiões do país e da mídia) o chamado "Tecnobrega". movimento que visa trazer à luz da modernidade, uma música que já estava sendo feita mas que pouco havia de diálogo com o grande público fora do âmbito do estado.

Como movimento, o techno brega, carrega um interessante jogo de marketing em se tratando de distribuição de seu material pelas rádios e as chamadas "aparelhagens" (grandes estruturas que comporta palcos, maquinários de iluminação, djs) tudo de forma itinerária, circulando por várias regiões e municípios, além de Belém, capital.

Se apoiando na indústria informal, no jabás das rádios locais e sobretudo nas aparelhagens, os músicos conseguem divulgar seus trabalhos, por vezes, feito de apenas uma música, que navega por todas as formas de acesso pelo estado, causando a sensação de um grande sucesso de público.

o faça você mesmo, encontra uma repaginação, enquanto a falta de apoio de grandes gravadoras e até o déficit financeiro que alguns dos música passa, até ter sua canção na mente do povo.

Como música o Tecnobrega não traz nada de novo e de inovador para a música feita nos tempos atuais. Suas incessante reciclagem de sons de outros artistas, muitas das vezes os mesmos que freqüentam as novelas globais e outras mídias mais populares, é um atestado controverso.

Apesar de levar o nome "techno" como difusor de uma música eletrônica mais de caráter moderno e popular também encontra pouco sentido quando o teste do ouvido é ativado para uma leitura mais cuidadosa das músicas. O Techno ( um dos ou o movimento de música mais inovador da música contemporânea) pouco é representado. Na verdade, o chamado techno brega poderia facilmente enquadrado em "eletro brega" com o abuso de vocais manipuladores, passagens com samples e cliques diversos em suas canções computadozidas.

Porém, o Tecnobrega, em se tratando de letra, não foge a regra do que é feito na música pop brasileira nos ultimos 20 anos.

Em comparação com outros estilos (axé, pagode, rock, sertanejo)  que freqüentam a grande mídia corporativa e os mais acessíveis meios, o movimento também encontra não um postura de inferior e sim de no mínimo igualitária e condizente com o modelo de música que preenche radiofonicamente as praças mais populares da música brasileira e nesse sentido, a música brasileira apresentada dentro e fora do país pelos mais respeitados meios de comunicação, é lamentável.

É notório também o apelo popular do movimento no estado do Pará e até de uma classe de músicos (da chamado MPP) que aderiu e incorporou alguns artistas do estilo em palcos e festivais antes um pouco mais inacessíveis.

Se o faça-você-mesmo para ser o espirito de vanguarda dos músicos do chamado techno brega o mesmo não aconteceu com sua música. De cunho até conservadora e de pouca ousadia em sua estrutura, com letras condescendes com as temáticas vigentes e vendáveis e de apelo simplório em muitos casos, o Tecnobrega, preenche bem  a lacuna deixada por músicos/artistas que poderiam até buscar novos mecanismo e revoluções para sua música, mas que ficaram pelo caminho, apenas posando de “artistas”, como uma paisagem de si mesmo, com seus violões inteligentes e com a inercia criativa e a pouca vontade de inovar no peito.

Também se deve ao descaso absoluto dos medias comercias, em acreditar na variedade de artistas que existe em Belém e no estado, nos meios alternativos, no subsolos undergrounds que existe em cada cidade, bairros etc... do estado. De acreditar na pluralidade de estilos e em novas linguagens.

Vivemos na verdade um período (universalmente) onde, a arte, acima de tudo, precisa saber dialogar com as pessoas como produtor e não como arte.

Entulho Cósmico

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