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Queria ser uma harpa

e ser tocado pelos semi deuses imateriais.

Resoaria nos quatro cantos da atemporalidade

e me submeteria ao canto dos pássaros.

Ser harpa faria eu ser desejado pelas almas

dos elementos da natureza

e seria eu traduzido por mil línguas desconhecidas,

seria tocado pelas dedos das musas

e lagrimaria pelos litorais de mim como se oceano me tornasse.

eu na condição de harpa,

queria estar presente celebrando o nascimento de uma estrela

ou saida sublime do feto na hora suprema.

sendo harpa, até os ventos me roçariam com sua sabedoria

e eu sentiria doces calafrios por meus poros sonoros.

na madrugada ao descansar,

sonharia com canções assoviadas pelos solitários trovadores

ou no exato momento da inspiração,

serei parte íntima do artista gigantes de mãos invulneráveis.

Submetido aos cuidados da delicadeza,

eu como harpa me espalharia

e seguraria uma nuvem na palma das minhas Mao

e materalizado,

choraria nos ombros de deus.

 

João Leno Lima

Entulho Cósmico

Toda a palavra é um verso e todo o verso é um infinito

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