Oculto espaço em branco

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Cabe ao poeta o olhar?
Como bordas lunares dentro de pequenas intimidades entre os seres.
Que bordas? Que seres?
Cabe ao poeta as respostas?
A palavra dor é inigualavelmente limitada pelos quatro cantos do sentir,
A certeza é temporal
Mas momentaneamente parto de certos princípios para encontrar outros
Mas rendo-me aos ventos que vem como forasteiros
Trazendo futuras memórias...

O resto ou os fragmentos?
O que queres na verdade?

A união dos espaços onde cabe os sonhos forma o atemporal.
Salto para o incomunicável
Mergulho no coração do tempo
Que bate frenético rumo a nenhuma direção impossível.
Nesse percurso encontro num túnel
Que começa na rua vinte e um de abril e termina
e recomeça na Rua Julio cordeiro
E vou-me... Debate-mo,
Ouço pássaros do lado de fora
E crianças petecando seus destinos pelos arredores,
E vejo num final disperso os cabelos da tarde e os lábios do crepúsculo
E o que tenho nas mãos no final do dia?

A letra, a palavra o verso e a mim mesmo.













João Leno Lima
10-09-2009

Entulho Cósmico

Toda a palavra é um verso e todo o verso é um infinito

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