Peso

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No sonho, o momento passado é um momento presente desabitado.
Desertos de palavras formam as células antepassadas e a dor comete o ato de alojar-se...
Nossos estranhos mecanismos íntimos sentem as infiltrações dos sentidos dispersos, o mar deságua no litoral do rosto entregue.
Nem sonho nem abrigo, quero desintegrar na úmida desesperança.
Blocos de gelo saem dos meus gritos.
Sou parte das paisagens invisíveis.
Meu deus, cada segundo me consome como um trago inesgotável.
Oniricamente faminto preciso das caricias sempre suaves das nuvens,
Dos conselhos sábios das estrelas
- Não há lugar algum quando não há a si mesmo, elas dizem...
Mas mesmo assim ouvirei a declamação do sol
E descansarei em alguma rocha num oceano imaginário...





















João Leno Lima
19-06-2009

Entulho Cósmico

Toda a palavra é um verso e todo o verso é um infinito

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