CAO AZUL SUSPENSO

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Na manhã azul
Os rostos se afastam uns dos outros
Na contramão de si
Rumo ao abismo obliquo do mundo.
Vespertinamemente desolados
Eles se abraçam à indiferença.
Toneladas de silencio afundam as palavras
Num ralo de desejos dissolvidos.
Como posso alcançar-me se me cega à direção impossível?
Quando serei gelo e fogo para melhor entender
A solidão ocultada nos elementos cotidianos?
Deixo-me envolver novamente com os segundos.
QUANDO SEREI DEVORADO PELA ETERNIDADE?
Na manhã azul íntima
Sou parte incomunicável do cotidiano.








João Leno Lima

Entulho Cósmico

Toda a palavra é um verso e todo o verso é um infinito

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