O POETA SENTE O PESO DA ALMA DO ABSOLUTO

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É sempre a alma a primeira e a ultima a sentir.
o corpo atravessa os eixos possíveis
mas a alma rasga-se pelos espaços interiores
e sangra não sangue mas sonhos.
como blocos de gelos deslizando pelos vulcões dos sentidos
eu desço em espiral na contra mão absoluta
dos meus próprios fantasmas flexíveis.
é sempre a alma a mergulhar-se completamente no
âmago depois do ultimo suspiro alcançável
como o grito que como um raio afunda o invisível
deixando uma cratera de angustia nos
mundos imaginários do sentir.
quando tu vais percorrer como um cometa circular
todas as direções que são permitidas
pelo teu instante presente sempre presente?...
como quadros abstratos abandonados nas ruas
vamos deixando nossos pensamentos essências se
arrastarem pelos becos das horas
como paralelas intimidades inanimadas.
eu, você e os mundos impossíveis promovemos
orgias nas bordas das nossas extremidades pessoais
como anjos feridos por seus próprios desejos de desejos.
espatifamos a nós mesmo mil vezes
jogamos os cacos nas goelas das memórias
e partimos para novos caminhos desasticuladores,
como se auroras e crepúsculos me oferecessem
taças inimagináveis repletas de estrelas
saídas das nossas próprias constelações gritantes
nos afogamos em túneis flutuantes emoldurados por imensidões
e cercado de horizontes cheios de versos perfeitos
e na alma a certeza que existe um absoluto universo a ser percorrido...
mesmo que em cada verso agora haja um vazio
corroendo-o pelas bordas tentando abrir uma fenda
e sufocá-lo com suas mãos de naufrágio
e lagrima-lanças transpassando o rosto sem máscara
e eu longe de engoli-los ou vencê-los às vezes entrego-me às incertezas
como uma ave solitária num céu tempestuoso,
como o olhar do meu amigo ajoelhado no centro de um libiirnto de
lajeamento criado por ele mesmo e que mata ele e todos ao redor
como o verso solitário guardado para um poema nunca escrito.
Mesmo assim a alma se dispara como uma luz indomável
Que surge como um verso no coração do poeta
Por que minha alma é um absoluto
dentro da alma do absoluto.







João Leno Lima

Entulho Cósmico

Toda a palavra é um verso e todo o verso é um infinito

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