SOM INEXPLICITO DO VUNERAVEL

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Pelo menos cada instante
Foi vivido como se fosse o ultimo.
Fui da poça de lama
Ao interior do tempo-espaço,
Cavei as soturnas nuvens solitárias
E penetrei nos sonhos
construídos com colunas De versos
Entre a persistência intima
E o abandono de si mesmo
Só ha uma reparação,
Sinto-me menos sonhador,
Mais desenfreidamente temporal
Mais atemporalmente melancólico,
Um resto de qualquer coisa
Que sonha infinitos
Destruidor de silêncios
Poente ausente de si mesmo,
Rua vinte de abril
Virando ponte para algum confim
Alem das coisas cotidianas,
Dois pés no centro de destino,
Querer fugir o tempo todo é querer resistir,
Pego o livro de Allen Ginsberg
Que esta ao alcance como metáfora do inalcançável,
No meu tumulo quero
Poemas de Fernando Pessoa em vez de flores
Para eu poder respirar-me,
As lembranças do meu ser impossível às 3 da manhã,
Meu coração enorme
Que já não cabe na minha alma,
O canto do mundo à noite
Aperta minha boca contra suas paredes,
As coisas que eu nunca vou viver
Desmoronam sobre mim,
Eu desmorono sobre mim,
Fazer um poema
É o que ainda me faz respirar
Ah fúnebre crepúsculo dos ausentes,
Quero ser o amante invisível
De todos os infinitos,
Meu rosto não passa
De um amontoado de ilhas solitárias,
De Manaus aos firmamentos do universo
Um mudo olhar
Tossi instantes abandonados,
Esse poema é um fragmento solitário num oceano de instantes,
Inevitavelmente ele corre para o precipício intimo
Onde no vazio já não há mais
Desespero.



By João Leno Lima

Entulho Cósmico

Toda a palavra é um verso e todo o verso é um infinito

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