Leve-me espectro.
Vitrines sem reflexo,
Cadeiras vazias,
Salas cheia de esquecimento,
Ar condicionado orando em mantra,
homens de óculos dialogando com o invisível,
Moças pequenas acelerando os passos,
bruscas quedas de energia,
motim de alucinações realistas,
procuro a razão na bolsa da chefa indefesa,
Mesas de jantar esperam a comunhão fantasma,
a boca enorme sintética é desdentada por versos,
grades disfarçadas nos corredores e escadarias que levam ao tropeço da saída,
lá fora um a chuva colorida é como um colírios para meus passos,
antes, bebo o chão,
e como uma câmera man febril
Observando o delinqüente vai e vem dos pés escaldados dos peregrinos urbanos
da pequena cidade suja,
Um ônibus - como uma lança – rasga o pano e leva-me
como uma cavalo mecânico até os lugares
onde serei uma turva lembrança momentânea do caminho.
João Leno Lima
Set/2010
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