DENTRO

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Como num limbo...
Paredes gélidas de escarros da solidão e restos de noites puídas...
Passagens secretam da inconsciência onde percorremos as costas de algo abismal...

Como num vomito da própria poesia....
Num palácio de misturas convulsivas de rostos...
retorcidos sentidos num ralo - segundo.

Declamações de poemas que nunca foram escritos...
união de espaços ausentes...
Metade de saudades chocando com partículas de horizontes...
gotas oceânicas de versibilidade...inundando o próprio poema...

Como num sopro...
Retratos de ventos sobre as ruas...
Átomo-redemoinho que alvoroça o invisível...
Dissolve-se cada tocar...

O poema, como vozes debatendo-se numa esquina,
trem de caminhos percorridos...
Como num choque de desmemorias,
como um cego conhecendo o interior do próprio do olhar das coisas inolhaveis...
esse novo olhar como deus vestindo uma armadura de sonhos...

Como num vulcão de angustiamentos...
O coração flui em direção ao centro do mundo...
em breve explidirá rumo ao âmago da lucidez íntima...

Como um pássaro inexprimível...





joão Leno Lima
11-08-09

Entulho Cósmico

Toda a palavra é um verso e todo o verso é um infinito

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