Na poesia, há qualquer coisas, humana, atemporalmente imaterial,
divina, perniciosa, olhares que agarram com as duas maos os braços do tempo e por alguns segundos, não solta, indomavelmente obsessivo em sua marcha ao desconhecido, casa de todos os poetas.
Como o "Stalker" do filme de Tarkovsky, vivo intimamente pequenos desertos, grandes blocos de gelo, vulcões e descampados fazem parte do ignóbil e as vezes febril momento. Ah, Cada palavra, carrega em si, um universos sanguíneos de sobreposições e fundos inomináveis e cada poeta parece disposto a desvendar os segredos do calculo...
tu que ler esse poema, pensas no tempo gasto com essa imediata leitura? pensas o quanto foi labiríntico para o poeta escrever esse percurso pelo qual tu apenas caminha sem preocupações? Sabes dizer-me o grau irreparável de sentimento colocados nesse período - como setas indicado o caminho à luz ou ao abismo? só pensas em terminar o percurso assim como eu, e, só nesse sentido, caminhamos juntos.
Assim como a arte, a vida cria seus próprios versos e ao enveredarmos por ele, desda infância, encontramos a cada instante o desconhecido - assim como o poeta - e queremos no final a redenção... Queremos sempre no final o abrigo, o colo uterino da felicidade, a certeza de conforto e dimensão; a verdade máxima das religioes ou a fantasia mais inexoravelmente lúdica das crianças, queremos apenas sobreviver sempre ao percurso...
Ao olhar para os cavalos ou os sempre irremediáveis pássaros, posso admitir que todos os sistemas parecem imperfeitos...
A passividade da existência geme,
agressiva palidez das tardes geme,
nosso olhares falsamente preocupados geme,
nossas vozes risivelmente afinadas gemem,
Na poesia, há qualquer coisas, humana, atemporalmente imaterial, divina, perniciosa, olhares que agarram com as duas mãos os braços do tempo e por alguns segundos, não solta, indomavelmente obsessivo em sua marcha ao desconhecido, casa de todos os poetas.
Cybernic
21 de Dezembro de 2011
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