Ele abraça a si mesmo
como a ilha ao mar.
desapega-se das convenções das sombras
deixa-se levar como a folha solta aos ventos arquitetônicos....
como as escuridões para as luzes da manhã...
Ele geme de boca invertida
pronto para receber os cometas
invocados num ritual onde só a noite compareceu...
como um viajante sempre estrangeiro a si,
Ele se abraça como os pés do feto nas areias do destino...
deixando em sua palma da mão do seu outro eu
a experiência com as borboletas dos instantes mais montanhosos...
oh montanhas de sentidos se abraçando mutuamentemente
misturando-se como o sangue aos ralos íntimos dos nossos corpos...
como ele está abrigado,
desabrigado à solidão
mas acorrentado à certeza de possuir a si mesmo,
como é notório que seus batimentos cardíacos
tem a pulsação das maiores estrelas
e seus olhar está mais distante que os confins de Van Gogh...
Ele está certo, somos sugados pelas incertezas;
mas nosso destino é a certeza de encontrar o que sempre procurar...
Enquanto Ele abraça a si mesmo,
não teme, rola-se pelas tapetes que ainda nem flutuam,
acreditando que jamais fugirá de si de novo
-aquela noite onde a lágrima parecia apenas um copo d’agua
do oceano interior...
Não devemos temer também,
somos a construção feita de blocos de sonhos concretos
e sopros de uivos chamando sempre a vida...
onde estáis?
oh empalidecido fim do poema que na verdade
é o inicio do dialogo com cada ser...
seres?
Sejam acima de tudo...
o abraço essencial à própria essencialidade das coisas eternas!
João Leno Lima
25-09-2009
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