Vi o mundo em rara profundidade nos olhos de uma senhora, sob as correntes solares na rua 21 de abril. Suas lágrimas gritavam mais que sua voz e fui paralisado entre os entremeios das horas…
Eu, um ato de passividade anti-gravitacional que tende ao tombo nas próximas esquinas, eu, que tento escrever poemas além das razoes dos poetas.
O eco da senhora ressoou como sons de pássaros indefesos sendo esmagados pelas tardes sem gotas de água nem pão...Sua anatomia lembra as invisibilidade que escorrem nossos lábios apressados e onde pisoteamos os indefesos da matéria em nome de nossa alma...
Dias depois meu estado de espírito era de um alívio cadavérico…
entreabrindo os baús para escrever esses versos, fotografo o exato instante onde ser poeta é reger os sentimentos que tomados pelo tempo; nas cinzas, retornam em forma de versos para nos atormentar.
Cybernic
12-01-2012
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