Num primeiro ato, nascemos,
Nossos olhares ainda confusos contemplam o desconhecido,
pequenas ilusões disformes se formam
nossos passos são lentos e incalculados,
parecemos pequenas embarcações rumo a terras inexploradas.
Num segundo momento, caímos nas tribulações íntimas da carne, corremos em longos descampados destemidamente,
tropeçamos mas somos indomáveis como as águas e as nuvens,
Nos atolados em dívidas e dividendos cotidianos,
repensamos as conclusões da infância,nao vacilamos antes de chegar ao fim de nós mesmos,queremos um colo ou todos os colos.,carros, edifícios, trens, aparelhos e construções elevadas,queremos ainda o delírio, o conforto, a certeza e por ventura até deus...
num aleatório ato, nos consumimos com as razoes do tempo,
o destino parece certo como a chegada ao próximo ponto,
as músicas não envelheceram apenas suas lembranças,
as pessoas se vão e se tornam pequenas formas de saudade grisalha, as mãos já não seguram mais com tanta força as verdades da aurora, mesmo jovens ou antigos, mesmo saudáveis ou moribundos, o último ato vem...
Numa manhã cinzenta, com pétalas de chuva.
E como pequenos embarcações rumo a terras inexploradas
Como pequenas embarcações...
Cybernic
(Em mémoria ao Profº Ruivaldo – 24 de Janeiro de 2012)
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